BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulam para que Marina Silva (Rede) ocupe o cargo de autoridade climática, com status de ministério ligado à Presidência da República.
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Rodrigo Pacheco: reforma tributária é fundamental em 2023Futuro ministro, Haddad anuncia mais quatro nomes para a FazendaDeputados de Minas reajustam próprio salário para R$ 34,7 milAté o momento, Lula tem seis mulheres no primeiro escalão do novo governoMineiro Alexandre Silveira deve ocupar Ministério das Minas e EnergiaPT tenta ampliar Bolsa Família com Wellington Dias à frente do programaDe acordo com aliados de Lula, o presidente deve convidar Marina nos próximos dias para ser a autoridade climática. A ideia seria dar visibilidade ao posto.
Simone Tebet ainda não conversou oficialmente com Lula, mas deve aceitar o cargo se o PT garantir que a pasta não seria oferecida à Marina.
O desafio, no entanto, será convencer Marina Silva desta configuração, admitem os petistas. A ex-ministra enfrenta resistência dentro do partido pela forma como deixou o governo, em 2008, causando uma crise interna na gestão.
Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo, Tebet foi sondada nesta semana para o Meio Ambiente, mas indicou que não queria atropelar Marina, que fez campanha para o petista no segundo turno junto com ela.
A senadora, porém, tem recebido pressões não só de membros do PT, como de outros partidos, a aceitar a função.
A aliados Tebet disse que se houver uma conformação no governo que agrade Marina, ela poderia topar assumir o Meio Ambiente.
A pasta preferencial da senadora era o Ministério do Desenvolvimento Social, que acabou com o ex-governador do Piauí Wellington Dias.
Foi oferecido a emedebista também o Ministério da Agricultura, mas ela recusou.
Já aliados de Marina consultados pela reportagem se mostraram surpresos com a possibilidade. Integrantes da Rede disseram que o partido ainda não foi consultado.
Um entrave apontado é que Marina defende a ideia de que a autoridade climática fique subordinada ao ministério, não à Presidência, como seria o cargo oferecido a ela.
No relatório do grupo de trabalho ambiental da transição enviado a Lula, que não foi divulgado, foram apresentadas tanto a possibilidade de a autoridade ser subordinada à Presidência, quanto ao ministério.
Ao mesmo tempo, servidores do Ministério do Meio Ambiente emitiram uma nota reforçando a necessidade da nomeação de alguém respeitado por ambientalistas.
"A Ascema Nacional se posiciona favorável a um nome de uma liderança que defenda a pauta socioambiental de fato, frente ao caos e desafios atuais", diz a associação de servidores. Reservadamente, a nota é tida como um sinal de reforço ao apoio dos trabalhadores da área ao nome da ex-ministra.