A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) apresentou o balanço anual de 2022 nesta quinta-feira (22/12) e o presidente da entidade, Flávio Roscoe, se mostrou preocupado com o impacto econômico de algumas decisões tomadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entretanto, o executivo aprovou a escolha do futuro vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para a pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e comemorou a possível indicação do senador por Minas Gerais Alexandre Silveira (PSD) para o Ministério de Minas e Energia.
“A expectativa para 2023 ainda é de preocupação em vários setores. Primeiro, pela crise internacional. Segundo, pelas altas taxas de juros no mercado interno e terceiro pelo clima de incerteza pelas novas medidas econômicas a serem adotadas no país pelo novo governo. Estes três fatores somados geram apreensão”, declarou Roscoe. Segundo ele, houve uma redução da expectativa de investimento dos empresários de maneira geral na atividade industrial. “As primeiras decisões deixam os setores muito apreensivos. Todo mundo sem entender os fatos e achando que não estão indo na direção correta”, disse o presidente da Fiemg, sem entrar em detalhes.
Nos ministérios, o nome de Alckmin ganhou força diante da recusa de empresários para o posto. Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, declinaram do convite. Já Silveira, fez seu discurso de despedida do Senado Federal nessa quarta-feira (21/12). O parlamentar está no cargo desde fevereiro, quando substituiu Antonio Anastasia, o titular da cadeira, indicado como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
“O vice-presidente Geraldo Alckmin é um homem público experimentado, governou São Paulo por quatro mandatos, fez boas gestões de maneira muito eficiente, tem boa interlocução conosco e com o segmento industrial. Então eu acredito que é um bom nome, que detém prestígio junto ao governo e acho que vai ser positivo para o setor de Indústria e Comércio. A gente imediatamente vai entrar em contato com ele para parabenizá-lo e contar com seu apoio”, declarou.
Na sequência, Roscoe também falou da possível escolha de Silveira para a outra pasta. “O senador vem fazendo um bom mandato, defendendo os interesses de Minas Gerais. É o primeiro mineiro a ser apontado como ministro, o que é muito positivo. A pasta de Minas e Energia é fundamental para nosso estado, então ter um mineiro lá é muito relevante. Então acredito que foi uma boa escolha e para Minas Gerais é uma escolha muito feliz”, afirmou.
Brasil e Minas registram queda
De acordo com a Fiemg, a produção industrial brasileira apresentou uma queda de 1,1% de janeiro a setembro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já em Minas Gerais, a queda foi de 2,3%, puxada pelas indústrias de transformação e extrativa.
“O maior consumo de serviços em detrimento do consumo de bens, a elevação das taxas de juros e o aumento dos custos de produção ao longo do ano contribuíram para a desaceleração do setor industrial”, disse a entidade em seu relatório anual.
Os principais destaques positivos estão nos setores de fumo e derivados do petróleo e biocombustíveis, enquanto as maiores quedas foram registradas na indústria têxtil e em produtos de metal.
Ainda conforme os dados apresentados pela Fiemg, as projeções do PIB são de queda no Brasil e em Minas Gerais. No cenário nacional, o crescimento previsto é de 2,92% em 2022 e de 0,69% em 2023. Já em âmbito estadual, seria de 4,62% neste ano e 1,32% no ano que vem.