Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES

MBL garante a filiados que pretende criar partido próprio em 2023


O MBL (Movimento Brasil Livre) tem informado a seus seguidores que pretende formar um partido próprio no ano que vem.

Crítico da estrutura partidária, o grupo já se aproximou de diferentes siglas ao longo de sua trajetória, como Podemos, Patriota e União Brasil. O argumento sempre foi o de que não teria como participar da política institucional brasileira sem fazer parte de uma legenda, mas que sempre estabeleceu acordos segundo os quais seus parlamentares teriam autonomia de atuação.



No congresso de 2021 do MBL, líderes do grupo disseram que a criação de um partido não estava no horizonte.

Em mensagens e vídeos nas últimas semanas, lideranças do grupo têm dito a seus seguidores que o MBL não pode ficar refém de partidos e que, caso já tivessem criado uma sigla própria anteriormente, os resultados teriam sido muito diferentes.

Em 2022, o MBL conseguiu eleger em São Paulo Kim Kataguiri deputado federal e Guto Zacarias, estadual, ambos do União Brasil. Outras campanhas nas quais apostavam, como as de Cristiano Beraldo e Amanda Vettorazzo, pelo mesmo partido, não tiveram sucesso.


Em vídeo enviado aos seguidores, Renan Santos, um dos fundadores do movimento, diz que a Academia MBL, plataforma de cursos pagos do grupo, será a base de formação do partido.



"Seja membro que vamos treiná-lo. Em 2023, será um currículo até diferente para que você possa ser um fundador do partido, consiga as assinaturas junto com a gente, e para que você seja um dirigente partidário e candidato. O partido da nossa geração vai surgir e você vai fazer parte disso. O filtro de treinamento na Academia é parte disso", diz Santos no vídeo.

Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, a frustração com o resultado das eleições também levou o grupo a discutir com mais força a possibilidade de usar o fundo eleitoral.

Alguns de seus membros já faziam internamente a defesa de aproveitar esses recursos, mas a narrativa dominante do grupo sempre foi a de que o uso de dinheiro público para fazer campanha política é imoral.

Os argumentos para passar a tirar proveito do fundo são os de que somente campanhas muito grandes nas redes sociais conseguem se sustentar financeiramente com doações, e que as eleições mostraram que as pessoas não dão muita importância para a pauta.