"Estou chocada e assustada. Isso não pode ter acontecido porque ela era uma pessoa pacifista. O meu marido nunca faria algo assim", disse à reportagem a esposa, Ana Claudia Leite de Queiroz, 50.
Segundo apurou a reportagem, o homem pediu à polícia que a prisão, deflagrada na tarde de sábado (24), não fosse comunicada à família por causa do feriado de Natal.
O filho do casal afirmou que a família foi contra a mudança de George para Brasília, onde ele se reuniu com outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Quando o meu pai avisou que iria participar dessas manifestações, imaginamos que daria errado. Eu sabia que ia dar merda", afirmou à reportagem.
Empresário do ramo de gás no Pará, George Sousa alugou em novembro um apartamento no Sudoeste, bairro de classe média do Distrito Federal. No local, a PC-DF (Polícia Civil do Distrito Federal) encontrou no sábado duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, cinco emulsões explosivas, munições e uniformes camuflados.
George Sousa será autuado por crime contra o Estado, e porte e posse de arma de fogo. "Ele tinha registro de colecionador e todas as armas estão no nome dele. No entanto, não há autorização para transitar com essas armas livremente. A situação se agrava porque ele viajou do Pará para Brasília sem guia de autorização de transporte", disse a corporação à reportagem.
Polícia identificou outros envolvidos. Em depoimento, George Sousa afirmou que havia planejado a ação no aeroporto a fim de chamar a atenção de outros apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
À reportagem, o delegado-geral da PC-DF, Robson Candido, afirmou que o processo de buscar de novos envolvidos deve começar a partir de segunda-feira (26).
"Temos informações preliminares e, ao longo da semana, mais envolvidos podem ser presos. Ele confessa a participação de outras pessoas na tentativa de explosão", disse.