Por questões de segurança, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, acusado de orquestrar um atentado terrorista próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, foi transferido ao Complexo Penitenciário da Papuda ainda na noite deste domingo (25/12). O bolsonarista ficará detido no Centro de Detenção Provisória 2 (CDP 2), onde ficam os custodiados recém-chegados da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP).
Leia Mais
Indígenas exigem ao STF contato com cacique bolsonarista preso pela PFPosse de Lula: prisão de suspeito de terrorismo aumenta tensãoEmpresário preso diz que fala de Bolsonaro o incentivou a ter armasPolícia Militar encontra mais material explosivo no Distrito FederalSeguindo o protocolo, George deveria ser transferido à Papuda nesta segunda-feira (26/12). No entanto, o deslocamento precisou ser antecipado para este domingo por motivos de segurança, segundo confirmou a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF). O empresário ficará por cerca de 15 dias no CDP 2, por regras impostas às medidas sanitárias.
Prisão
À polícia, o criminoso deu detalhes do plano de atentado e falou que a ideia inicial era explodir a subestação de energia de Taguatinga. A intenção era que a região ficasse sem luz e, com isso, resultasse na decretação do estado de sítio (medida em que o presidente da República suspende por um período temporário a atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário).
George contou que na quinta-feira (22/12) manifestantes ocupantes do QG sugeriram a explosão de uma bomba no estacionamento do aeroporto. O plano era que, após o artefato ser detonado, os suspeitos fizessem uma denúncia anônima à polícia informando sobre a presença de outros dois explosivos na área de embarque. Foi quando, segundo ele, uma mulher deu a ideia de instalar um artefato na subestação de energia de Taguatinga.
O empresário chegou a ir ao local indicado pela mulher, mas o plano não teria evoluído, pois ela não apresentou o carro para transportar a bomba até a transmissora de energia. No entanto, um segundo rapaz apareceu e ficou convencido da ideia e sugeriu que a bomba fosse colocada próximo à subestação, pois seria mais fácil derrubar os postes. George alegou à polícia que, desde o começo, era contrário à explosão próxima ao aeroporto e ficou sabendo, pela TV, que o comparsa não teria seguido o plano original.
Investigação
De acordo com a apuração policial, George ficou, entre 22h e 5h de sexta-feira (23/12), na área do aeroporto até encontrar o melhor ponto para deixar o artefato explosivo. O empresário encontrou um caminhão-tanque, abastecido com 63 mil litros de querosene de aviação (28 mil no primeiro compartimento, e 35 mil no segundo), na Estrada Parque Aeroporto (Epar), em frente à Concessionária V1, e apoiou a bomba no eixo do automóvel.
O artefato seria explodido por meio de um dispositivo remoto. A perícia da Polícia Civil do DF (PCDF) identificou que houve tentativa de detonar a bomba. “Graças a Deus conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento”, frisou o diretor-geral da PCDF, o delegado Robson Cândido.
Na tarde desse sábado, o Esquadrão de Bombas da PMDF conseguiu desativar um artefato explosivo. O procedimento para a remoção do objeto, que são duas bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou por volta de 11h55 pelo Esquadrão de Bombas da corporação. Às 13h20, o grupo desativou a bomba, e deixou o local logo após, seguido do CBMDF e da PF.
Peritos prevêem que seria muito provável que a quantidade de explosivo fosse hábil para romper o compartimento do tanque, mas ainda não há confirmações concretas. No entanto, em caso de rompimento, resultaria na explosão ou em um incêndio de grandes proporções. George foi indiciado pela prática de terrorismo, posse e porte de armamento e munição e posse de artefato explosivo.