O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira (27) que a equipe de transição do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão do porte de armas de fogo no Distrito Federal até o dia 2 ou 3 de janeiro.
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"O requerimento será apresentado nesta tarde e esperamos que, com o deferimento, tenha mais uma camada de proteção", afirmou Dino, ao sair de uma reunião no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do gabinete de transição.
Segundo Dino, o requerimento será encaminhado para o STF no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos porque "há conexão entre os fatos" uma vez que o próprio "suspeito declarou motivação política".
Dino participou na sede do CCBB de uma reunião, da qual participou também Andrei Rodrigues, responsável pela equipe de segurança de Lula e também o futuro delegado-geral da PF. Antes, o futuro ministro já havia participado de outro encontro, com autoridades de segurança pública do Distrito Federal.
A preocupação com a cerimônia de posse foi reforçada após a tentativa frustrada de atentado em Brasília. No sábado (24), o militante bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa foi preso ao tentar promover uma explosão na região do aeroporto da capital federal.
Ele declarou na ocasião que seu objetivo era promover o caos e assim abrir espaço para a decretação do estado de sítio no país. Depois disso, houve apreensão de explosivos e armas de grosso calibre.
"O objetivo é que mesmo as pessoas que sejam eventualmente detentoras de autorizações, porte, como CAC, tenha essa suspensão por ordem judicial para que fique configurado que qualquer porte de arma seja considerada crime", afirmou o futuro ministro.
Segundo Dino, a expectativa é que, com a decisão, as forças policiais ficarão autorizadas a apreender armamentos e prender quem estiver portando.
O delegado Andrei Rodrigues, anunciado como próximo delegado-geral da PF (Polícia Federal), é que vai dirigir o requerimento a Alexandre de Moraes, em nome da equipe de transição.
Dino disse que a organização não descarta que Lula faça a cerimônia em carro fechado, o que dependerá do cenário de segurança e também do clima.