Amigos e pessoas próximas ao empresário George Washington De Oliveira Sousa, 54 anos, preso por planejar um atentado terrorista na capital, repudiam a ação do bolsonarista e afirmam que a atitude mancha a imagem do grupo que protesta de forma pacífica. Ao ser preso pela Polícia Civil (PCDF), o homem evitou entrar em contato com a família de imediato, mas tentou avisar a situação a dois conhecidos.
Um dos contatos dados por George à polícia é o de Ricardo Cunha, que foi pré-candidato ao governo do Pará. O outro é de um empresário do Pará, que, sem revelar a identidade, concedeu entrevista ao Correio Braziliense. No sábado (24/12), dia da prisão, ele recebeu a ligação de George por volta de 1h da madrugada, mas estava sem bateria no celular. “Acredito que ele me ligou porque eu e minha esposa procurávamos conversar com ele quando estava desanimado no acampamento e sem notícias relevantes para a situação”, relatou.
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George é morador do Pará e, em audiência de custódia, contou que gerencia quatro postos de gasolina no interior do Estado, o que rende um salário de R$ 5 mil por mês. O valor, no entanto, é muito abaixo do que o investido na compra de armas, munições e artefatos. Em depoimento na delegacia, ele confessou que gastou cerca de R$ 170 mil com os materiais.
No imóvel onde ele alugou, no Sudoeste, policiais civis da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) apreenderam — além de armas, facas, socos ingleses e mais de 2 mil munições— notas fiscais de compras de armas. Uma delas, no valor de R$ 280,23. O material, no entanto, ainda será analisado pela polícia.
Questionado dos preços exorbitantes, o conhecido de George acredita que o ele não receba R$ 5 mil, pois, segundo ele, o empresário demonstrava ser bem de vida. “Pelo padrão de vida dele, acho que ele ganha mais que isso. Andava em um carro bom. Falou que saltava de paraquedas e tal. Convenhamos que não é esporte para classe baixa. As poucas vezes que o vi, vinha sozinho até nosso acampamento. Eu saí dia 16 do QG e não tive mais notícias dele”, finalizou.