A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga a propagação de notícias falsas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da covid-19. A corporação indicou a existência dos crimes de provocação de alarma anunciando perigo inexistente e incitação ao crime. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (27/12) e também pede a intimação de Bolsonaro em até 15 dias.
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Bolsonaro também poderá ser representado por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), em até cinco dias. Nos autos, a PF pede o indiciamento do ajudante de ordens de Bolsonaro tenente Mauro Cid pelos mesmos crimes. O inquérito está sob relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes. O presidente ainda não foi indiciado em razão do foro privilegiado. Essa tarefa caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR).
COVID-19 e HIV
O relatório da Polícia Federal foi motivado pelo conteúdo de uma live de Jair Bolsonaro, realizada em outubro do ano passado, na qual ele relacionou a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) à vacina contra a covid-19. Segundo a delegada Lorena Lima Nascimento, responsável pelo caso, o chefe do Executivo incitou o crime com a declaração.
Bolsonaro leu, durante uma live nas redes sociais, duas notícias dos sites Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva, que, baseados em relatórios inexistentes do Reino Unido, diziam que pessoas com a imunização completa contra a covid-19 estavam suscetíveis a contraírem HIV.
Mauro Cid ajudou a produzir o material divulgado pelo presidente e, por isso, também foi incluído pela PF. Por conta da repercussão e da quantidade de desinformação, o Facebook retirou do ar o material.