A direção do PT em Minas Gerais não esconde a decepção com o fato de nenhum filiado ao partido no estado ter sido nomeado para a equipe ministerial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quinta-feira (29/12), em Brasília, Lula anunciou os últimos 16 integrantes do primeiro escalão do governo que toma posse em 1° de janeiro. O único mineiro nomeado pertence ao PSD: o senador Alexandre Silveira, que vai chefiar o Ministério de Minas e Energia.
Em entrevista ao Estado de Minas após Lula definir os componentes da Esplanada dos Ministérios, o presidente do PT em Minas Gerais, Cristiano Silveira, disse que a decisão do novo governo gerou "frustração" no diretório estadual petista.
"Para nós, é uma grande frustração. Havia uma expectativa de que o PT de Minas pudesse ocupar algum ministério. Quando você analisa os quatro governos petistas - dois de Lula e dois de Dilma -, o PT mineiro sempre compôs (a Esplanada dos Ministérios). Às vezes, inclusive, com mais de um nome", afirmou ele, que concilia os trabalhos à frente da sigla com o mandato de deputado estadual.
Como mostrou o EM desde novembro, além de Alexandre Silveira, petistas de Minas estavam cotados para ocupar ministérios. Entre eles o deputado federal Reginaldo Lopes, líder do partido na Câmara dos Deputados, e o deputado estadual André Quintão, líder da oposição a Romeu Zema (Novo) na Assembleia.
Agora, com todas as 37 vagas da Esplanada dos Ministérios preenchidas, há a expectativa pela nomeação de mineiros para o segundo escalão do governo. Interlocutores ouvidos pela reportagem apontam a possibilidade de André Quintão ir para o Ministério do Desenvolvimento Social.
O parlamentar, assim como a futura ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), foi aventado para chefiar a pasta, que acabou entregue ao senador Wellington Dias (PT-PI). A tendência, porém, é que Quintão atue na área. O setor social do governo é responsável por programas como o novo Bolsa Família.
"Minas Gerais foi fundamental. O único estado do Sudeste onde o presidente Lula ganhou. Até agora, apenas Alexandre Silveira, do PSD, foi anunciado como ministro, e nenhum (nome) do Partido dos Trabalhadores. É extremamente frustrante", lamentou Cristiano.
Leia: Veja quem é Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do governo Lula
Conforme ressaltado pelo presidente estadual do PT, Minas foi o único estado do Sul e do Sudeste que deu vitória a Lula na disputa direta contra Jair Bolsonaro (PL). O petista teve 50,2% dos votos válidos, ante 49,8% do rival.
A importância do estado na campanha eleitoral de Lula foi explicitada no número de visitas que o agora presidente eleito fez a cidades mineiras. No segundo turno, ele passou por Belo Horizonte (duas vezes), Ribeirão das Neves (Grande BH), Juiz de Fora (Zona da Mata) e Teófilo Otoni (Vales do Jequtinhonha e Mucuri).
Além do PT, que ficou com 10 ministérios, e do PSD, que recebeu três, outros partidos, como PSB, MDB, União Brasil e PSol, terão representantes na linha de frente do governo Lula. Outros ministros, como Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Ana Moser (Esporte), não têm filiação partidária.
Na reta final das articulações responsáveis por fechar a composição do terceiro mandato de Lula, Reginaldo Lopes passou a ser cogitado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. O posto acabou ficando com Paulo Teixeira (PT-SP). A avaliação é que foi preciso recalcular a rota e ceder postos a outros partidos. Os movimentos, então, sepultaram as chances de Reginaldo.
"O clima é de frustração. É um clima de extrema decepção. É claro que entendemos as contingências do presidente em fazer todas as negociações possíveis, mas Minas ficou desprestigiada", protestou Cristiano Silveira.
Antes do Desenvolvimento Agrário, Reginaldo chegou a ter o nome defendido para o Ministério da Educação. A favor dele estava a simpatia publicizada por entidades ligadas ao ensino público. A vaga, no entanto, acabou com Camilo Santana (PT), ex-governador cearense.
"(Reginaldo) foi, pela terceira vez, o deputado federal mais votado do PT em Minas e é líder do partido na Câmara, fundamental na negociação da PEC (da Transição). Fica um sentimento de que há uma dívida com nosso estado", pontuou o presidente petista.
A expectativa de aliados pela indicação de Reginaldo se relacionava, também, a um movimento pré-eleitoral feito por ele. O deputado ensaiava pré-candidatura ao Senado, mas abriu mão de disputar a Câmara Alta do Congresso Nacional para apoiar a reeleição de Alexandre Silveira. A costura ajudou a viabilizar o apoio do PT a Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo do estado e, consequentemente, a montagem de um palanque para Lula em Minas.
Segundo Cristiano Silveira, a direção nacional do PT já está ciente das queixas da cúpula do partido em Minas.
No início do mês, o sociólogo Martvs das Chagas, outro representante do PT de Minas, teve o nome publicamente reconhecido como possível titular do Ministério da Igualdade Racial. A indicação de Martvs foi recomendada a Lula e ao PT em cartas abertas enviadas por movimentos negros e por setoriais de igualdade dos partidos que estiveram no governo de transição, como Rede, Psol, Solidariedade, Pros e PV.
A escolhida de Lula para a pasta, porém, foi Anielle Franco. Irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, ela atua como ativista e dirige o instituto que leva o nome da parlamentar notabilizada pela defesa dos direitos humanos.
Em entrevista ao Estado de Minas após Lula definir os componentes da Esplanada dos Ministérios, o presidente do PT em Minas Gerais, Cristiano Silveira, disse que a decisão do novo governo gerou "frustração" no diretório estadual petista.
"Para nós, é uma grande frustração. Havia uma expectativa de que o PT de Minas pudesse ocupar algum ministério. Quando você analisa os quatro governos petistas - dois de Lula e dois de Dilma -, o PT mineiro sempre compôs (a Esplanada dos Ministérios). Às vezes, inclusive, com mais de um nome", afirmou ele, que concilia os trabalhos à frente da sigla com o mandato de deputado estadual.
Como mostrou o EM desde novembro, além de Alexandre Silveira, petistas de Minas estavam cotados para ocupar ministérios. Entre eles o deputado federal Reginaldo Lopes, líder do partido na Câmara dos Deputados, e o deputado estadual André Quintão, líder da oposição a Romeu Zema (Novo) na Assembleia.
Agora, com todas as 37 vagas da Esplanada dos Ministérios preenchidas, há a expectativa pela nomeação de mineiros para o segundo escalão do governo. Interlocutores ouvidos pela reportagem apontam a possibilidade de André Quintão ir para o Ministério do Desenvolvimento Social.
O parlamentar, assim como a futura ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), foi aventado para chefiar a pasta, que acabou entregue ao senador Wellington Dias (PT-PI). A tendência, porém, é que Quintão atue na área. O setor social do governo é responsável por programas como o novo Bolsa Família.
"Minas Gerais foi fundamental. O único estado do Sudeste onde o presidente Lula ganhou. Até agora, apenas Alexandre Silveira, do PSD, foi anunciado como ministro, e nenhum (nome) do Partido dos Trabalhadores. É extremamente frustrante", lamentou Cristiano.
Leia: Veja quem é Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do governo Lula
Conforme ressaltado pelo presidente estadual do PT, Minas foi o único estado do Sul e do Sudeste que deu vitória a Lula na disputa direta contra Jair Bolsonaro (PL). O petista teve 50,2% dos votos válidos, ante 49,8% do rival.
A importância do estado na campanha eleitoral de Lula foi explicitada no número de visitas que o agora presidente eleito fez a cidades mineiras. No segundo turno, ele passou por Belo Horizonte (duas vezes), Ribeirão das Neves (Grande BH), Juiz de Fora (Zona da Mata) e Teófilo Otoni (Vales do Jequtinhonha e Mucuri).
Além do PT, que ficou com 10 ministérios, e do PSD, que recebeu três, outros partidos, como PSB, MDB, União Brasil e PSol, terão representantes na linha de frente do governo Lula. Outros ministros, como Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Ana Moser (Esporte), não têm filiação partidária.
Reginaldo Lopes também fica fora
Na reta final das articulações responsáveis por fechar a composição do terceiro mandato de Lula, Reginaldo Lopes passou a ser cogitado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. O posto acabou ficando com Paulo Teixeira (PT-SP). A avaliação é que foi preciso recalcular a rota e ceder postos a outros partidos. Os movimentos, então, sepultaram as chances de Reginaldo.
"O clima é de frustração. É um clima de extrema decepção. É claro que entendemos as contingências do presidente em fazer todas as negociações possíveis, mas Minas ficou desprestigiada", protestou Cristiano Silveira.
Antes do Desenvolvimento Agrário, Reginaldo chegou a ter o nome defendido para o Ministério da Educação. A favor dele estava a simpatia publicizada por entidades ligadas ao ensino público. A vaga, no entanto, acabou com Camilo Santana (PT), ex-governador cearense.
"(Reginaldo) foi, pela terceira vez, o deputado federal mais votado do PT em Minas e é líder do partido na Câmara, fundamental na negociação da PEC (da Transição). Fica um sentimento de que há uma dívida com nosso estado", pontuou o presidente petista.
A expectativa de aliados pela indicação de Reginaldo se relacionava, também, a um movimento pré-eleitoral feito por ele. O deputado ensaiava pré-candidatura ao Senado, mas abriu mão de disputar a Câmara Alta do Congresso Nacional para apoiar a reeleição de Alexandre Silveira. A costura ajudou a viabilizar o apoio do PT a Alexandre Kalil (PSD) na disputa pelo governo do estado e, consequentemente, a montagem de um palanque para Lula em Minas.
Segundo Cristiano Silveira, a direção nacional do PT já está ciente das queixas da cúpula do partido em Minas.
Mineiro foi cotado para Igualdade Racial
No início do mês, o sociólogo Martvs das Chagas, outro representante do PT de Minas, teve o nome publicamente reconhecido como possível titular do Ministério da Igualdade Racial. A indicação de Martvs foi recomendada a Lula e ao PT em cartas abertas enviadas por movimentos negros e por setoriais de igualdade dos partidos que estiveram no governo de transição, como Rede, Psol, Solidariedade, Pros e PV.
A escolhida de Lula para a pasta, porém, foi Anielle Franco. Irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, ela atua como ativista e dirige o instituto que leva o nome da parlamentar notabilizada pela defesa dos direitos humanos.