Anunciado nesta quinta-feira (29/12) como futuro ministro de Minas e Energia, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) quer trabalhar em conjunto com os colegas Flávio Dino, da Justiça, e Sônia Guajajara, da pasta de Povos Originários, para combater a mineração ilegal. Segundo Silveira, é preciso "separar o joio do trigo". Uma das metas do integrante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que toma posse como presidente do Brasil no próximo dia 1°, é arrefecer o ímpeto dos responsáveis por extrações ilegais em terras indígenas.
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Lula fecha lista dos 37 ministros para o novo governo; veja nomesPT de Minas fica sem ministérios no governo Lula: 'Frustrante'Veja quem é Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do governo LulaMorte de Pelé: as mensagens de políticos em homenagem ao Rei do FutebolMinistro, Silveira quer ser 'ponte' entre Lula e Zema e prega 'pacificação'De acordo com o senador mineiro, já há conversas entre ele e Dino sobre a mineração. Os dois futuros ministros chegaram a tratar do tema hoje, mais cedo. "Hoje, quase que a totalidade das minerações em terras indígenas são ilegais. Temos de combater com muita contundência", prometeu.
"Com a montagem desse ministério, ele (Lula) demonstra, mais uma vez, que vai pacificar o Brasil e unir os brasileiros em torno de um projeto nacional, fundamental para combater as desigualdades e criar um país mais justo, solidário e fraterno", emendou, citando a importância de ouvir as ponderações de Sônia Guajajara a respeito do tema.
Apesar das preocupações demonstradas, Silveira defendeu a participação da mineração na composição econômica do país. "É um setor fundamental para o país, para o desenvolvimento nacional e para a geração de emprego e renda. E, quando se fala em emprego e renda, se fala em combater as tantas desigualdades latentes em nossa sociedade", ressaltou.
Minas Gerais, vale lembrar, foi abalada por duas tragédias minerárias. Em 2015, houve o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana. Em 2019, foi a vez da barragem do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho.
Novo ministro fala em 'bomba armada' no setor energético
A pasta a ser comandada por Silveira resolve, também, assuntos ligados à energia elétrica e aos combustíveis. O déficit de geração energética, segundo ele, é um dos pontos que vão ganhar prioridade sob a nova gestão.
"Na questão da energia elétrica, temos uma bomba armada: o déficit deixado pelo atual governo. Vamos precisar de muito critério, serenidade e parcimônia, considerando muito que é um ministério regulador.", pontuou. "O Brasil já é líder em energia limpa no mundo. Nos próximos quatro anos, vamos nos tornar ainda mais referências nesse setor", vislumbrou.
O senador explicou, ainda, os passos necessários para garantir a diminuição dos valores pagos pelos consumidores de luz elétrica.
"Precisamos ter muito equilíbrio para dar segurança jurídica, previsibilidade e segurança de contratos para atrair investimentos e continuar desenvolvendo o setor energético nacional. E, consequentemente, a gente diminuir o preço das tarifas e criar preços mais módicos - principalmente para a população mais carente do país".
Silveira tentou a reeleição com o apoio de Lula, mas não conseguiu renovar o mandato. Apesar do revés, terminou a campanha em alta conta com o petista. Ele foi um dos coordenadores da campanha de Lula em Minas no segundo turno, ajudando o aliado a conter os efeitos da ofensiva a favor de Jair Bolsonaro (PL) liderada pelo governador Romeu Zema (Novo).