"A mineração é um setor muito importante e estratégico para o Brasil. Vamos ter de trabalhar muito para poder separar os empresários da mineração daqueles que, de forma ilegal, exploram os garimpos. Vamos precisar, junto com o ministro da Justiça, Flávio Dino, trabalhar para separar o joio do trigo", disse Silveira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), onde Lula divulgou os nomes que faltavam para completar os 37 ministros de Estado da próxima gestão.
De acordo com o senador mineiro, já há conversas entre ele e Dino sobre a mineração. Os dois futuros ministros chegaram a tratar do tema hoje, mais cedo. "Hoje, quase que a totalidade das minerações em terras indígenas são ilegais. Temos de combater com muita contundência", prometeu.
"Com a montagem desse ministério, ele (Lula) demonstra, mais uma vez, que vai pacificar o Brasil e unir os brasileiros em torno de um projeto nacional, fundamental para combater as desigualdades e criar um país mais justo, solidário e fraterno", emendou, citando a importância de ouvir as ponderações de Sônia Guajajara a respeito do tema.
Apesar das preocupações demonstradas, Silveira defendeu a participação da mineração na composição econômica do país. "É um setor fundamental para o país, para o desenvolvimento nacional e para a geração de emprego e renda. E, quando se fala em emprego e renda, se fala em combater as tantas desigualdades latentes em nossa sociedade", ressaltou.
Minas Gerais, vale lembrar, foi abalada por duas tragédias minerárias. Em 2015, houve o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana. Em 2019, foi a vez da barragem do Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho.
Novo ministro fala em 'bomba armada' no setor energético
A pasta a ser comandada por Silveira resolve, também, assuntos ligados à energia elétrica e aos combustíveis. O déficit de geração energética, segundo ele, é um dos pontos que vão ganhar prioridade sob a nova gestão.
"Na questão da energia elétrica, temos uma bomba armada: o déficit deixado pelo atual governo. Vamos precisar de muito critério, serenidade e parcimônia, considerando muito que é um ministério regulador.", pontuou. "O Brasil já é líder em energia limpa no mundo. Nos próximos quatro anos, vamos nos tornar ainda mais referências nesse setor", vislumbrou.
O senador explicou, ainda, os passos necessários para garantir a diminuição dos valores pagos pelos consumidores de luz elétrica.
"Precisamos ter muito equilíbrio para dar segurança jurídica, previsibilidade e segurança de contratos para atrair investimentos e continuar desenvolvendo o setor energético nacional. E, consequentemente, a gente diminuir o preço das tarifas e criar preços mais módicos - principalmente para a população mais carente do país".
Silveira tentou a reeleição com o apoio de Lula, mas não conseguiu renovar o mandato. Apesar do revés, terminou a campanha em alta conta com o petista. Ele foi um dos coordenadores da campanha de Lula em Minas no segundo turno, ajudando o aliado a conter os efeitos da ofensiva a favor de Jair Bolsonaro (PL) liderada pelo governador Romeu Zema (Novo).