A três dias do início oficial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o acampamento de bolsonaristas em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na Avenida Raja Gabaglia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, segue montado e pedindo intervenção contra a posse do presidente eleito. Nesta quinta-feira (29/12), manifestantes mantêm agenda com palavras de ordem, bandeiras nacionais e faixas de ataque ao sistema eleitoral do país.
A estrutura com barracas, alimentação, banheiros químicos e um trio elétrico que toca hinos e amplifica os discursos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) continua funcionando normalmente após quase dois meses. Os manifestantes estão na porta do quartel desde o encerramento do segundo turno da eleição presidencial, que decretou vitória do candidato petista.
Comandantes militares já sinalizaram que aguardam ordem de Lula para começar a desmobilização dos manifestantes em frente aos quartéis em todo o Brasil. A medida começaria a partir de 1º de janeiro. Os chefes das Forças Armadas estão em contato com o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, nome escolhido em sinal de conciliação com os militares.
Também nesta quinta, o exército suspendeu a retirada de bolsonaristas na capital federal após protestos dos manifestantes. A desmobilização em Brasília tem uma atenção especial após atos de vandalismo e tentativa de explosão de bomba na cidade neste mês. As polícias Civil e Federal cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão no Distrito Federal contra envolvidos em protesto violento em 12 de dezembro.