O último discurso de Bolsonaro como presidente foi transmitido através das redes sociais, na manhã desta sexta-feira (30/12). Suas lives que eram realizadas semanalmente tiveram um fim após a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seu discurso de despedida, ele disse que a "falta de liberdade" que estamos "vivendo" vai prejudicar o país ao longo dos anos. Durante a transmissão, Bolsonaro usou o momento para relembrar as polêmicas do seu governo diante da conduta da pandemia, que foi bastante criticada e chegou a ter uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para apurar ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia.
Em momentos de alta taxa de transmissão da doença, Bolsonaro chegou a imitar pessoas com falta de ar, recomendar remédios sem eficácia comprovada para o tratamento da doença, o "Kit COVID", mas que para ele se trata de "liberdade de expressão".
"Eu vejo hoje uma nação que está com medo de mandar um zap (sic), de tecer um comentário, mandar um emoji, a discutir algum assunto, como fomos proibidos de discutir a questão da COVID. Você não podia falar sobre COVID. Tudo era 'não existe comprovação científica'.", disse Bolsonaro.
"Em 2020 li um trecho da revista Exame, que falava sobre COVID e HIV, eu li duas linhas da revista e estou sendo processado, tô sendo tratado como criminoso. A revista que mostrou isso aí", completou.
Campanha eleitoral
Durante a campanha eleitoral, acusações contra Lula foram feitas muitas vezes através de informações falsas. Com isso, diversos conteúdos foram removidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não só de Bolsonaro, mas como também de aliados.
Na época, o presidente chegou a atacar o sistema eleitoral e questionar as urnas eletrônicas. "Hoje em dia, se você falar de urna, você também tem problemas sérios. Se você for parlamentar pode perder seu mandato. As nossas liberdades estão sendo tolhidas. Nós temos que lutar contra isso", disse o presidente.