Jornal Estado de Minas

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Bolsonaro cita 'novo governo', e bolsonaristas se decepcionam

No que deve ter sido a última live de Jair Bolsonaro (PL) como presidente do Brasil, veiculada na manhã desta sexta-feira (30/12), o mandatário lamentou a eleição do novo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou que “o mundo não vai acabar em 1º de janeiro”. Ao “assumir” a posse de Lula, Bolsonaro decepcionou os seus apoiadores que ainda esperavam que ele pudesse se manter no Palácio do Planalto.





“Está prevista a posse dia primeiro de janeiro. Eu busquei dentro das quatro linhas (da Constituição), dentro das leis, respeitando a Constituição, uma saída para isso aí. Se tinha uma alternativa para isso, se a gente podia questionar alguma coisa, tudo dentro das quatro linhas. Eu sei que muita gente me critica quando eu falo quatro linhas da Constituição. Eu não saí, em quatro anos de mandato meu, das quatro linhas. Ou vivemos em uma democracia ou não vivemos”, disse Bolsonaro na live. 

No chat do YouTube, uma das plataformas em que se veiculou o pronunciamento do presidente, seus apoiadores pediam que Bolsonaro colocasse em prática o “artigo 142” e que o mandatário utilizasse as Forças Armadas para impedir que Lula assumisse no primeiro dia de 2023. No entanto, as solicitações de cunho golpista deram espaço às lamentações, ao perceberem que Bolsonaro não iria atendê-los. Emojis de choro e até xingamentos ao presidente foram comentados no chat. 
 
O artigo 142 da Constituição Brasileira afirma que o presidente da República poderá acionar as Forças Armadas para fins de defesa da pátria, mas não se destinam a posicionamentos com teor golpista. 




 
"Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".
“O quadro que teremos a partir de janeiro não é bom. Não é por isso que a gente vai jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com os seus vizinhos, agora com muito mais propriedade, mais conhecimento”, afirmou Bolsonaro, lamentando a eleição de Lula.

“Não vamos achar que o mundo vai acabar dia 1 de janeiro. Vamos para o tudo ou nada. Não! Não vamos para o tudo ou nada. Inteligência. Mostrar que somos diferentes do outro lado”, disse.