"Desejo concitá-los (apoiadores) a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática e que nos últimos tempos foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos Três Poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum", criticou o político, sem citar nomes.
Na sequência, Mourão argumentou que a falta de ações e posicionamentos contribuem para "a falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas" e que isso gera uma "equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos", em referência às manifestações em frente a quartéis que pedem golpe de Estado.
O presidente Bolsonaro, que se manteve em silêncio sobre as movimentações de apoiadores até sexta-feira (30/12), não foi citado nominalmente, mas Mourão afirmou que "lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social".
Bolsonaro
Mourão fez o pronunciamento no lugar do presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o Brasil e vai passar o Réveillon em Orlando, cidade da Flórida, nos Estados Unidos.
A ação de Bolsonaro faz parte de seu recolhimento após o resultado da eleição presidencial de 2022, em outubro. Ele não foi reeleito e perdeu para Lula (PT), que teve 50,90% dos votos válidos e toma posse como presidente da República neste domingo (1º/1). O novo vice-presidente será Geraldo Alckmin (PSB).
Desde que foi derrotado, Bolsonaro evitou aparições e outros atos públicos. Nessa sexta-feira (30/12), o ainda presidente fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e disse que buscou uma saída da Presidência da República que respeitasse a Constituição Federal.
"Está prevista a posse dia primeiro de janeiro. Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição, uma saída para isso aí. Se tinha uma alternativa para isso, se a gente podia questionar alguma coisa, tudo dentro das quatro linhas. Eu sei que muita gente me critica quando eu falo quatro linhas da Constituição. Eu não saí, em quatro anos de mandato meu, das quatro linhas. Ou vivemos em uma democracia ou não vivemos", afirmou na live.
Mourão
Eleito vice-presidente em 2018 na chapa com Bolsonaro, Mourão disputou o Senado em 2022 e venceu. Ele teve 44,11% dos votos válidos - 2.593.294 votos e será senador pelos próximos oito anos.