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Estado de Minas POSSE EM MINAS

Zema foca em alianças e nas "demandas históricas"

Ao assumir o segundo mandato consecutivo, governador chama prefeitos de "sócios", fala em base forte na Assembleia


02/01/2023 04:00 - atualizado 02/01/2023 10:30

Zema caminha para cerimônia da posse

Romeu Zema (Novo) tomou posse ontem para o segundo mandato consecutivo como governador de Minas Gerais. Na duas cerimônias de que participou – de posse e de recondução ao cargo –, falou sobre “protagonismo político” do estado, da formação de base forte na Assembleia Legislativa e exaltou a presença de prefeitos, que chamou de “sócios”. Ainda prometeu expansão do metrô e implantação do Rodoanel na capital mineira.

Em cerimônia na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, Zema fez o juramento e assinou o termo de posse, sendo assim oficializado como chefe do Executivo estadual até 2026. Ao lado de Zema, esteve o vice-governador eleito Professor Mateus (Novo). Neste ponto, há mudança em relação ao primeiro mandato: Mateus Simões ocupará a vaga de Paulo Brant (PSDB), que deixa o posto. Durante a cerimônia, ele pediu um minuto de silêncio em homenagem ao rei Pelé, que morreu no dia 29.

No discurso de posse, com duração de 20 minutos, Zema pontuou que o trabalho continua e que o segundo mandato é de sequência das ações já tomadas. “Após arrumar a casa e colocar o trem de Minas de novo nos trilhos, estamos prontos para fazer essa locomotiva acelerar. Com a experiência adquirida, agora em um cenário mais positivo de equilíbrio fiscal, meu compromisso é o de fazer nesses próximos quatro anos um governo muito melhor que o primeiro”, disse.

Ele também relembrou quando assumiu em 2019. “Com a mesma humildade que subi na tribuna desta Casa há quatro anos, aqui retorno para demonstrar que com trabalho, respeito ao dinheiro público, cortes de mordomias e escolhas de profissionais com competência técnica é possível, sim, fazer um governo diferente com o objetivo de transformar o Estado de maneira eficiente”. Entre citações aos atos do primeiro mandato, Zema disse que Minas Gerais está no "meio do caminho" de um "protagonismo político". Outro item foi o trabalho em conjunto com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ponto de embates no primeiro mandato.

“É agora, percorrendo esse caminho, que podemos influenciar o futuro que deixaremos para os mineiros. A saída já ficou pra trás, é parte do passado. A chegada é uma meta. Mas a nossa travessia está em curso e ela será bem mais rápida e bem-sucedida se estivermos todos juntos, no mesmo barco, remando na mesma direção. Muitos dos desafios que enfrentaremos nesse novo governo só serão superados com o apoio desta Casa legislativa", completou.

No evento, estavam presentes diversas personalidades políticas, como Fuad Noman, prefeito de BH, e Gabriel Azevedo (sem partido), vereador belo-horizontino e presidente da Câmara Municipal da capital mineira. Chamou atenção que o deputado estadual reeleito Antonio Carlos Arantes (PL) – vice-presidente da ALMG – conduziu os trabalhos, não o presidente Agostinho Patrus (PSD). Agostinho e Zema foram tidos como rivais no primeiro mandato, de 2019 a 2022. O deputado estadual não seguirá no posto para a legislatura de 2023 a 2026 e vai integrar o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).

Romeu Zema foi reeleito no primeiro turno das eleições de outubro, com mais de 6 milhões de votos – 56,18% do total. O governador e o vice Mateus Simões foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) em 19 de dezembro.

Infraestrutura

Já na cerimônia de recondução ao novo mandato,  no Palácio das Artes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, Zema reforçou suas promessas de campanha e afirmou que está “criando condições” para que nos próximos quatro anos o estado tenha um Rodoanel Metropolitano e a capital, um metrô mais amplo. Zema aproveitou para criticar as gestões anteriores, que segundo ele, não deram a devida importância para “demandas históricas” de Minas Gerais.

“Aqui na Região Metropolitana, por exemplo, com a capacidade técnica dos servidores do Estado, estamos criando as condições para destravar duas demandas históricas, que são a construção do novo Rodoanel Metropolitano e a expansão do metrô de Belo Horizonte, depois de tantos anos de promessas e nenhuma atitude efetiva por parte de quem prometia”, afirmou o governador.

Em dezembro, Zema celebrou a privatização do metrô de Belo Horizonte. O leilão aconteceu na sede da B3 em São Paulo. A Comporte Participações S/A apresentou lance único no valor de R$25.755.111. Na ocasião, o governador afirmou que com a privatização do Metrô-BH, ele fecha com chave de ouro seu primeiro mandato.

“Baseado também no auxílio da equipe de competentes técnicos que fazem parte do nosso governo, a meta agora é acelerar o plano de ação, fazendo com que a cada dia dos próximos quatro anos uma demanda seja concluída e estejamos prontos para novas ações necessárias que inevitavelmente surgirão”, reforçou em outra parte do discurso.

Prefeitos

Zema exaltou a presença de prefeitos das cidades mineiras, classificando-os como convidados especiais da cerimônia de recondução ao novo mandato, que vai até 2026. No Palácio das Artes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, Zema ressaltou que a parceria com as prefeituras foi essencial para a sua reeleição e afirmou que os executivos municipais e o estado de Minas Gerais são sócios.

"Meu governo representa todas as regiões e, sobretudo, a continuidade da boa relação entre o Estado e as prefeituras de Minas. Por isso, abrimos o Palácio das Artes para receber os prefeitos, vereadores, lideranças políticas e toda a sociedade civil, que foram fundamentais no trabalho de arrumar a casa que executamos ao longo desses quatro anos", disse.

"Foi esse esforço que possibilitou o reconhecimento dos mineiros que, em mais um voto de confiança, nos permitiram a reeleição em primeiro turno. (...) Costumo dizer que as prefeituras e o Estado são sócios. Se as cidades vão bem, Minas vai bem", continuou.

Durante o pronunciamento, o governador ressaltou ações dos quatro anos de gestão no estado e criticou os governos anteriores. Ele afirmou que agora conhece os problemas e soluções necessárias para o estado.  "Hoje, tenho a tranquilidade em dizer que conheço profundamente os problemas e as soluções para todo o nosso estado, que possui dimensões continentais e complexidades do mesmo tamanho", pontuou.

Regime fiscal

Em pronunciamento antes da posse, Zema falou de uma possível nova base aliada na Assembleia Legislativa que, segundo ele, o ajudou a vencer as eleições de 2022. O governador pediu também adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). "Gostaria de agradecer, primeiramente, os 10 partidos que acompanharam a nossa campanha à reeleição. O PP, o Podemos, o Solidariedade, o Patriotas, o Avante, o PNM, o Agir, o DC, o MDB e o Novo. Essa união dos partidos demonstra que eu cheguei aqui para esse segundo governo numa situação muito diferente do primeiro. Se eu citasse os partidos que me apoiaram quatro anos atrás, estaria citando apenas o Partido Novo. Então, isso vai possibilitar a esse novo governo uma base aqui na Assembleia e consequentemente muito mais realizações", afirmou Zema.

Por fim, Zema citou alguns pontos em que o governo pretende se empenhar no segundo mandato. “Temos, como metas importantíssimas a conclusão de seis hospitais regionais. A repactuação do termo de Mariana, que está bem avançada. Reforço nas forças de segurança, vamos ampliar o efetivo. A recuperação das estradas que está em andamento e as obras tão importantes aqui na Região Metropolitana, do metrô e do Rodoanel. Então, tudo isso está encaminhado, já está acontecendo. E nós teremos aqui, quatro anos, se Deus nos iluminar, de muito desenvolvimento, de muitas realizações", finalizou o pronunciamento, de pouco mais de três minutos.


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