Romeu Zema (Novo) tomou posse ontem para o segundo mandato consecutivo como governador de Minas Gerais. Na duas cerimônias de que participou – de posse e de recondução ao cargo –, falou sobre “protagonismo político” do estado, da formação de base forte na Assembleia Legislativa e exaltou a presença de prefeitos, que chamou de “sócios”. Ainda prometeu expansão do metrô e implantação do Rodoanel na capital mineira.
Em cerimônia na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, Zema fez o juramento e assinou o termo de posse, sendo assim oficializado como chefe do Executivo estadual até 2026. Ao lado de Zema, esteve o vice-governador eleito Professor Mateus (Novo). Neste ponto, há mudança em relação ao primeiro mandato: Mateus Simões ocupará a vaga de Paulo Brant (PSDB), que deixa o posto. Durante a cerimônia, ele pediu um minuto de silêncio em homenagem ao rei Pelé, que morreu no dia 29.
No discurso de posse, com duração de 20 minutos, Zema pontuou que o trabalho continua e que o segundo mandato é de sequência das ações já tomadas. “Após arrumar a casa e colocar o trem de Minas de novo nos trilhos, estamos prontos para fazer essa locomotiva acelerar. Com a experiência adquirida, agora em um cenário mais positivo de equilíbrio fiscal, meu compromisso é o de fazer nesses próximos quatro anos um governo muito melhor que o primeiro”, disse.
Ele também relembrou quando assumiu em 2019. “Com a mesma humildade que subi na tribuna desta Casa há quatro anos, aqui retorno para demonstrar que com trabalho, respeito ao dinheiro público, cortes de mordomias e escolhas de profissionais com competência técnica é possível, sim, fazer um governo diferente com o objetivo de transformar o Estado de maneira eficiente”. Entre citações aos atos do primeiro mandato, Zema disse que Minas Gerais está no "meio do caminho" de um "protagonismo político". Outro item foi o trabalho em conjunto com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ponto de embates no primeiro mandato.
“É agora, percorrendo esse caminho, que podemos influenciar o futuro que deixaremos para os mineiros. A saída já ficou pra trás, é parte do passado. A chegada é uma meta. Mas a nossa travessia está em curso e ela será bem mais rápida e bem-sucedida se estivermos todos juntos, no mesmo barco, remando na mesma direção. Muitos dos desafios que enfrentaremos nesse novo governo só serão superados com o apoio desta Casa legislativa", completou.
No evento, estavam presentes diversas personalidades políticas, como Fuad Noman, prefeito de BH, e Gabriel Azevedo (sem partido), vereador belo-horizontino e presidente da Câmara Municipal da capital mineira. Chamou atenção que o deputado estadual reeleito Antonio Carlos Arantes (PL) – vice-presidente da ALMG – conduziu os trabalhos, não o presidente Agostinho Patrus (PSD). Agostinho e Zema foram tidos como rivais no primeiro mandato, de 2019 a 2022. O deputado estadual não seguirá no posto para a legislatura de 2023 a 2026 e vai integrar o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).
Romeu Zema foi reeleito no primeiro turno das eleições de outubro, com mais de 6 milhões de votos – 56,18% do total. O governador e o vice Mateus Simões foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) em 19 de dezembro.
Infraestrutura
Já na cerimônia de recondução ao novo mandato, no Palácio das Artes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, Zema reforçou suas promessas de campanha e afirmou que está “criando condições” para que nos próximos quatro anos o estado tenha um Rodoanel Metropolitano e a capital, um metrô mais amplo. Zema aproveitou para criticar as gestões anteriores, que segundo ele, não deram a devida importância para “demandas históricas” de Minas Gerais.
“Aqui na Região Metropolitana, por exemplo, com a capacidade técnica dos servidores do Estado, estamos criando as condições para destravar duas demandas históricas, que são a construção do novo Rodoanel Metropolitano e a expansão do metrô de Belo Horizonte, depois de tantos anos de promessas e nenhuma atitude efetiva por parte de quem prometia”, afirmou o governador.
Em dezembro, Zema celebrou a privatização do metrô de Belo Horizonte. O leilão aconteceu na sede da B3 em São Paulo. A Comporte Participações S/A apresentou lance único no valor de R$25.755.111. Na ocasião, o governador afirmou que com a privatização do Metrô-BH, ele fecha com chave de ouro seu primeiro mandato.
“Baseado também no auxílio da equipe de competentes técnicos que fazem parte do nosso governo, a meta agora é acelerar o plano de ação, fazendo com que a cada dia dos próximos quatro anos uma demanda seja concluída e estejamos prontos para novas ações necessárias que inevitavelmente surgirão”, reforçou em outra parte do discurso.
Prefeitos
"Meu governo representa todas as regiões e, sobretudo, a continuidade da boa relação entre o Estado e as prefeituras de Minas. Por isso, abrimos o Palácio das Artes para receber os prefeitos, vereadores, lideranças políticas e toda a sociedade civil, que foram fundamentais no trabalho de arrumar a casa que executamos ao longo desses quatro anos", disse.
"Foi esse esforço que possibilitou o reconhecimento dos mineiros que, em mais um voto de confiança, nos permitiram a reeleição em primeiro turno. (...) Costumo dizer que as prefeituras e o Estado são sócios. Se as cidades vão bem, Minas vai bem", continuou.
Durante o pronunciamento, o governador ressaltou ações dos quatro anos de gestão no estado e criticou os governos anteriores. Ele afirmou que agora conhece os problemas e soluções necessárias para o estado. "Hoje, tenho a tranquilidade em dizer que conheço profundamente os problemas e as soluções para todo o nosso estado, que possui dimensões continentais e complexidades do mesmo tamanho", pontuou.
Regime fiscal
Por fim, Zema citou alguns pontos em que o governo pretende se empenhar no segundo mandato. “Temos, como metas importantíssimas a conclusão de seis hospitais regionais. A repactuação do termo de Mariana, que está bem avançada. Reforço nas forças de segurança, vamos ampliar o efetivo. A recuperação das estradas que está em andamento e as obras tão importantes aqui na Região Metropolitana, do metrô e do Rodoanel. Então, tudo isso está encaminhado, já está acontecendo. E nós teremos aqui, quatro anos, se Deus nos iluminar, de muito desenvolvimento, de muitas realizações", finalizou o pronunciamento, de pouco mais de três minutos.