O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou, nesta segunda-feira (2/1), decreto que exonera milhares de servidores públicos ocupantes de cargos comissionados - onde trabalhadores são nomeados sem a necessidade de concurso. Feito um dia depois da posse de Zema rumo ao segundo mandato, o "exoneraço" atinge diversos setores da administração pública, como a Educação.
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Nem todos os servidores comissionados foram demitidos.
"Ficam ressalvados os casos em que os ocupantes respondem por unidades indispensáveis ao funcionamento mínimo da máquina pública e à prestação dos serviços essenciais à população, assegurando o atendimento aos princípios da Administração Pública, sobretudo os da da legalidade, impessoalidade, eficiência e razoabilidade", pontuou a equipe de Zema, ao explicar as exceções.
Entre os preservados, estão gestantes, trabalhadores em cargos que exigem o cumprimento de mandato preestabelecido e servidores que dão expediente em entidades como a Advocacia-Geral do Estado (AGE), o Gabinete Militar do governador e as polícias Civil e Militar.
Intactos, também, postos ligados à saúde. É o caso, por exemplo, de trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), e da Fundação Ezequiel Dias - Funed.
Leia, na íntegra, o decreto de Zema.
Era 'Zema II' começa com olho nas contas públicas
O Orçamento do Estado para este ano prevê rombo de R$ 3,5 bilhões. Ainda que o prejuízo estimado seja quase 70% ao que fora programado para 2022, a equipe econômica de Zema continua em busca de saídas para estancar problemas financeiros. Uma das saídas é a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa federal de renegociação de dívidas com a União.
O governo espera ingressar no plano de ajuste fiscal ainda neste ano e, assim, repactuar um passivo que beira os R$ 150 milhões. O carro-chefe da proposta a ser apresentada à nova gestão federal, chefiada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve ser a venda da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (Codemig). No fim do ano, após longa pausa, a ideia de vender a estatal foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa.
O projeto sobre as bases gerais da Recuperação Fiscal, porém, é alvo de críticas de parte dos deputados. Há receio sobre prejuízos aos serviços públicos e ao funcionalismo. Diante do impasse, Zema se ampara em liminares do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ontem, na sede do Parlamento estadual, o governador voltou a defender a adesão ao RRF.
"Destaco entre as realizações que nós precisamos avançar aqui, é a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que vai propiciar o equilíbrio nas contas públicas e consequentemente o estado ter condição de fazer os investimentos necessários que os mineiros precisam tanto. Além, é lógico, de previsibilidade. Quem quer voltar para aquela situação catastrófica, caótica que nós tínhamos há quatro anos atrás?", disse.