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Estado de Minas CULTURA

Margareth diz que Cultura ficou sem dinheiro até para pegar um avião

Fundação Palmares, que ela considera 'a primeira conquista do povo negro no governo', 'não tem nem luz elétrica', e deve mudar para outro local


03/01/2023 23:18 - atualizado 03/01/2023 23:22

Ministra da Cultura Margareth Menezes
Ministra da Cultura Margareth Menezes afirma que a lei Rouanet deve reganhar força no novo governo, mas busca uma distribuição "mais nacional" dos recursos arrecadados. (foto: Carlos Elias Junior /Fotoarena/Folhapress)
A recém-empossada ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirma que a equipe de transição de governo encontrou um desmonte de 80% das verbas para a área no governo de Jair Bolsonaro e que a pasta não tem dinheiro nem para comprar uma passagem de avião.

A Fundação Palmares, que ela considera "a primeira conquista do povo negro no governo", "não tem nem luz elétrica", e deve mudar para outro local.

Em entrevista à GloboNews na noite desta terça-feira, Menezes disse ainda que na gestão anterior os artistas e o setor cultural foram humilhados, maltratados e perseguidos no país.

Ela afirma que a lei Rouanet deve reganhar força no novo governo, mas busca uma distribuição "mais nacional" dos recursos arrecadados.

 

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A legislação sofreu ataques de apoiadores de Bolsonaro e teve o cachê máximo reduzido durante o governo. Menezes diz que o mecanismo deve ser "ressignificado", para que a população entenda o papel social que cumpre. "É uma lei de fomento à cultura, não é para dar dinheiro a artistas", afirma. "Nós, artistas, produtores, também pagamos imposto."

A descentralização da cultura, para que a produção não fique restrita ao eixo Rio-São Paulo, é prioridade da ministra. "Quando você investe na cultura popular, você traz inspiração, você traz a alma do país e a história do seu lugar", diz, "um povo que não conhece seu passado fica sem referência para seu futuro".

Menezes cita países que fazem investimentos altos em cultura e afirma que a cultura é capaz de trazer retorno econômico, além de fortalecer laços diplomáticos. Para ela, a prioridade devem ser países africanos.

A ministra, de origem periférica, relembra que passou oito anos da carreira sem gravadora, mesmo no auge da música baiana e reitera que a representatividade de ser uma mulher negra, nordestina, da música foi o que a fez aceitar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 


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