A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmou, nesta sexta-feira (6/1), que os manifestantes bolsonaristas em frente ao quartel do exército na Avenida Raja Gabaglia, Oeste da capital, tinham uma organização para ações deliberadas de violência. O cenário foi descrito pelo secretário Municipal de Segurança e Prevenção, Genilson Ribeiro Zeferino em entrevista coletiva na sede da administração da cidade.
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A ação da PBH aconteceu um dia após um fotógrafo do jornal Hoje em Dia ter sido agredido por manifestantes e ter passado a noite no hospital após pancadas na cabeça. Nesta manhã, enquanto cobriam a remoção das barracas, mais jornalistas foram agredidos por manifestantes.
A entrevista coletiva marcada pela PBH foi encerrada logo após a fala do secretário de Segurança e Prevenção. Jornalistas que aguardavam para fazer perguntas e pedir mais informações sobre os detalhes expostos por Zeferino ficaram sem respostas.
O prefeito Fuad Noman (PSD) se pronunciou na entrevista. Ele afirmou que a operação de desmonte do acampamento foi decidida após a agressão ao fotógrafo e que, durante a operação, foi registrada a presença de barracas e uso de energia elétrica de forma clandestina.
“A operação encontrou uma estrutura com carro de som de alta potência, ligação de luz clandestina, diversas barracas de bebidas, comidas e banheiros químicos no logradouro público, tudo sem o devido licenciamento urbanístico, o que contraria a decisão do Supremo Tribunal Federal, que determinou a desobstrução de todas as vias e locais públicos relacionados a esses atos”, disse o prefeito.
Noman ainda afirmou que a operação foi feita mediante comunicação prévia ao Exército e à Polícia Militar. Apesar das agressões, o prefeito considerou a ação exitosa.