A Justiça acatou pedido do empresário do ramo têxtil Esdras Jonatas dos Santos, um dos líderes do acampamento que foi desmantelado pela Guarda Municipal, na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, em ação impetrada nesta sexta-feira (6/1) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio de seu advogado, Paulo Henrique Carvalho Meira Passos, solicitando que os manifestantes possam voltar ao local e que os objetos apreendidos sejam devolvidos.
A Prefeitura determinou e realizou o desmonte do acampamento, nesta sexta, e houve confusão. Os manifestantes se irritaram com a cobertura dos jornalistas sobre a retirada do acampamento bolsonarista e partiram para agressão física. Entre socos e chutes, os profissionais foram impedidos de trabalhar e a Guarda Municipal precisou intervir.
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Um dos sócios da marca Lemy, Esdras requereu gratuidade judiciária, pois alegou não possuir "condições de arcar com as despesas processuais sem obter prejuízo de seu próprio sustento e de sua família".
Contudo, nos autos do processo ao qual o Estado de Minas obteve acesso, a Procuradoria-Geral do Município de Belo Horizonte (PGMBH) argumenta que o empresário "fez questão de registrar a sua chegada no movimento da Avenida Raja Gabaglia dirigindo um veículo da marca Porsche", conforme live em suas redes sociais, e que "estranha-se o impetrante ter se autoafirmado 'pobre' com o único intuito de se eximir do pagamento das custas judiciais pelo processo que ajuizou".
O carro mais "em conta" da Porsche no Brasil é um Macan T, que custava 439 mil em maio de 2022. Em suas redes sociais, Esdras também postou fotos em um hotel no México que tem a diária mais barata a US$ 623 (mais de R$ 3,2 mil), considerando a cotação atual do dólar a R$ 5,23.
Os manifestantes não aceitam o resultado das eleições de 30 de outubro, com vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL). Eles questionam a confiabilidade das urnas e pedem "ajuda" das Forças Armadas.