O empresário bolsonarista do ramo têxtil Esdras dos Santos foi às redes sociais, na tarde deste sábado (7/1), comemorar uma "vitória" na Justiça.
Isso porque o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou ao pedido de Esdras para que ele possa retomar o acampamento na avenida Raja Gabaglia, região Oeste de Belo Horizonte, em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar. A barraca havia sido desmontada em uma ação da Guarda Municipal.
Avenida Raja Gabaglia vazia após o desmonte do acampamento bolsonarista, Esdras disse que o "choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã" e agradeceu a Deus.
Ao compartilhar a notícia sobre a decisão da Justiça, e outra reportagem que mostrava a "Obrigado, Senhor, te amamos e sabemos que na sua nação tem homens justos usados pelo senhor. Povo de Deus voltem pela nossa liberdade", escreveu em seu Instagram.
Ação na Justiça
A ação do empresário pedia autorização para que os manifestantes pudessem voltar ao local e que os objetos apreendidos fossem devolvidos. Contudo, a decisão vale apenas para Esdras, ou seja, apenas ele pode voltar ao local, retomar o acampamento e novamente se manifestar, se assim desejar.
PBH
Depois de a Justiça acatar pedido do empresário, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) encaminhou uma reclamação constitucional ao Supremo Tribunal Federal (STF), em documento assinado pelo procurador do município de Belo Horizonte, Caio Perona.
"Determinei à Procuradoria-Geral do Município que ajuíze imediatamente uma reclamação no STF para garantir a autoridade das decisões da Corte", escreveu o prefeito Fuad Noman (PSD), em seu Twitter.
Recebi com surpresa a notícia de uma decisão de 1ª instância que autoriza um manifestante a obstruir novamente a Av. Raja Gabaglia. Determinei à Procuradoria-Geral do Município que ajuíze imediatamente uma reclamação no STF para garantir a autoridade das decisões da Corte.
%u2014 Fuad Noman (@fuadnoman) January 7, 2023
Desmonte das barracas e agressões
O acampamento de bolsonaristas, que ficou montado durante mais de dois meses em frente ao Comando da 4ª Região Militar, foi desmontado nessa sexta-feira (6/1).
A estrutura contava com dezenas de barracas, mobília, banheiros químicos e um trio elétrico usado para amplificar discursos, hinos e orações entre os manifestantes.
A operação da PBH aconteceu um dia após manifestantes agredirem um fotógrafo do jornal Hoje em Dia, que trabalhava no local.
Com a ação da Guarda Municipal, repórteres da Band Minas e do jornal O Tempo foram violentados durante a cobertura. Além do confronto corporal, os bolsonaristas tentaram quebrar e danificar os equipamentos utilizados pela imprensa.
Diante das agressões, os profissionais foram impedidos de trabalhar e a Guarda Municipal precisou intervir.