A primeira semana do novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi suficiente para contemplar partidos aliados em cargos do segundo escalão da gestão federal. O petista, em reunião ministerial realizada na última sexta-feira, afirmou que o governo deve estar montado até 24 de janeiro. Especialistas afirmam que as escolhas para o time não serão fáceis, pois há muito a se dizer com esses cargos. Se, por um lado, tendem a reunir pessoas com perfil técnico, por outro abrigam velhos conhecidos do PT.
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Força Nacional pode ser usada em atos que podem configurar crimes federaisTSE atua em bloqueio de perfis de Zambelli mesmo após fim de processoRegina Duarte diz que termo 'todes' usado por Lula é uma 'bobagem'Bela Gil recusa convite para integrar governo LulaMinistros de Lula prometem olhar social em reformas; veja as prioridadesO ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse, após o encontro de Lula com os ministros na sexta, que vai atender, na distribuição de cargos, todas as legendas que vão compor a base de sustentação do governo no Congresso. De acordo com o titular da pasta, serão levados em conta critérios políticos e técnicos.
"Não são composições com pessoas diferentes. São composições que buscam pessoas que reúnam as duas qualidades: tenham representação, do peso político no Congresso, e tragam consigo uma capacidade técnica de encaminhar aquilo que é pertinente à sua pasta e à área onde ele vai ser indicado", afirmou.
Segundo César, o Partido dos Trabalhadores sempre quis ocupar esses cargos. "Podemos citar, como exemplo, a indicação para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) feita pelo ministro da Educação, Camilo Santana", apontou.
As nomeações no MEC foram bastante comemoradas, pois abriram espaço para mulheres e técnicas qualificadas, como a professora Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), que foi anunciada na última sexta como a nova presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Cargos de confiança
Outro indício que mostra as preferências para os cargos do segundo escalão é a escolha do ex-chanceler Celso Amorim, que volta como assessor especial de Lula. A nomeação foi publicada na edição-extra do Diário Oficial da União (DOU), na quinta-feira. Amorim esteve à frente do Itamaraty nas duas gestões anteriores do chefe do Executivo. Já no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, comandou a Defesa.