Jornal Estado de Minas

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Daniela Lima interrompe ex-líder de Bolsonaro, que legitimou manifestações

A repórter Daniela Lima, da CNN, interrompeu o deputado eleito Ricardo Barros (PP-PR), ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, quando o parlamentar questionou a veracidade das urnas. Na ocasião, Barros disse que a confiança nas urnas foi "imposta" pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Lima rebateu o deputado.




 
 

Antes de questionar a veracidade das urnas, Barros também disparou críticas ao ministro da Justiça, Flávio Dino. Para ele, Dino já sabia da articulação dos bolsonaristas para invadir o Congresso Nacional, mas não atuou com responsabilidade para barrar os atos de vandalismo.
 
Embora tenha repudiado o vandalismo no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal, Barros disse que as manifestações, sem depredações, eram legítimas.
 
"Flávio Dino convocou para conter os movimentos dos dias 7, 8 e 9. Ele convocou isso antes. Cadê a Força Nacional? Todo mundo sabia. As pessoas que estão ali estão de cara limpa, porque elas acham que as eleições foram roubadas", disparou.

Em seguida, o parlamentar acusou Moraes de proibir jornalistas e parlamentares de criticarem as urnas eletrônicas, fazendo com que os cidadãos não confiassem no resultado das urnas - o que também motivou a invasão no Congresso Nacional neste domingo (8/1).  
"Ele não convenceu a sociedade de que a urna era confiável. Se ele tivesse convencido a sociedade que a urna era confiável e não imposto à sociedade a confiança nas urnas, não teríamos essas pessoas que são brasileiras de cara limpa", dizia Barros antes de ser interrompido. 





Daniela respondeu ao parlamentar que era irresponsável colocar em questionamento a confiança nas urnas. O momento aconteceu durante a cobertura da invasão no Congresso Nacional. 

"Deputado, não, eu peço desculpas. Eu vou interromper. Sabe por quê? (...). A confiança na urna é imposta pelos fatos, deputado (...). Jornalistas deputado, perdão, somos eu e meus colegas que estão na rua, muitos deles apanhando dos homens de bem, pessoas de família que você veio defender", disparou a jornalista.
"No dia de hoje, diante desse cenário de terra arrasada, do Supremo Tribunal Federal depredado, do Congresso Nacional depredado, do Palácio do Planalto depredado, de um governador que não conseguiu lidar , reverberar esse tipo de discurso, que levou essas pessoas à loucura deputado, é questionável", completou. 

Invasão ao Congresso Nacional

 
Bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional e depredaram o STF e o Palácio do Planalto, neste domingo. 

Os atos terroristas ocorrem em protesto contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro.

Partes do patrimônio público - como mesas, cadeiras e armários - foram depredadas pelos extremistas. Dentro do STF, os extremistas até mesmo arrancaram a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, principal desafeto dos bolsonaristas.