Após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, em afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias, a vice Celina Leão (PP) vai ocupar a função de chefe do Executivo local.
A decisão do ministro foi protocolada na madrugada desta segunda-feira (9/1), e inclui Ibaneis Rocha e o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres no inquérito que investiga os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes.
No documento de 18 páginas, Moraes considera que o governador do DF teve uma conduta "dolosamente omissiva", "que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa 'livre manifestação política em Brasília' - mesmo sabedor por todas as redes que ataques às Instituições e seus membros seriam realizados", escreveu Moraes.
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Na decisão, o magistrado destaca que Rocha ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos no dia 7 de Setembro.
"Absolutamente nada justifica a existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal", disse o ministro. "Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos", concluiu.
Ao assumir o comando da capital do país, Celina Leão, que é apoiadora da família Bolsonaro e consolidou seu nome como adversária ferrenha da gestão do petista Agnelo Queiroz, governador do DF entre 2011 e 2014, terá que se sentar com Lula no encontro agendado com os chefes dos Executivo estaduais, agendada para às 18h desta segunda-feira (9/1).
Pedido de desculpas
No começo da noite, Ibaneis Rocha veio a público pedir desculpas aos chefes dos Três Poderes pelo ocorrido neste domingo (8/1), quando bolsonaristas extremistas invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. Segundo o governador agora afastado, apesar das reuniões sobre possíveis manifestações, não se imaginava que os atos tomariam tal proporção.
"Quero me dirigir aqui, primeiramente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje em nossa cidade. Para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) [ministra Rosa Weber], ao meu querido amigo Arthur Lira [presidente da Câmara], ao meu querido amigo Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]", disse. A responsabilidade de Ibaneis a respeito das falhas no processo de segurança vem sendo questionada.
*Estagiário sob a supervisão de Michel Medeiros