A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e as Forças de Segurança do Estado de Minas Gerais se reuniram na manhã desta segunda-feira (09/01) para discutirem estratégias com o objetivo de mitigar qualquer possibilidade de os atos terroristas que aconteceram no Distrito Federal no domingo (08/01) se repetirem no estado.
Participaram da reunião a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público. Do lado da PBH, a Guarda Civil Municipal, a Procuradoria-Geral do Município (PGM), o Gabinete do Prefeito, a Secretaria de Política Urbana e a BHTrans também estiveram presentes.
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Durante a manhã, uma manifestante foi conduzida à delegacia. O Exército também colocou barreiras físicas para impedir a concentração de bolsonaristas dentro da área militar.
Após a reunião, a Guarda Municipal, os fiscais da Prefeitura, os agentes da BHTrans e a Polícia Militar mantêm efetivo permanente na Avenida Raja Gabaglia, a fim de manter a via totalmente desobstruída. Por fim, foi definido o reforço do policiamento nos principais equipamentos municipais da cidade e também em veículos de imprensa.
Zema repudiou os atos
O governador mineiro usou as redes sociais para repudiar os atos de vandalismo no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que aconteceram neste domingo (8/1). Em seu perfil no Twitter, Zema disse que não se pode confundir "liberdade" com a depredação de órgão públicos.
Zema, que chegou a fazer campanha para Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, disse que os atos antidemocráticos dos apoiadores extremistas são inaceitáveis.
"Em qualquer manifestação deve prevalecer o respeito. É inaceitável o vandalismo ocorrido hoje em Brasília. A liberdade de expressão não pode se misturar com depredação de órgãos públicos. No final, quem pagará seremos todos nós", escreveu em seu Twitter.
O governador confirmou que irá reunir-se com o presidente Lula no início da noite desta segunda-feira (09/01), às 18 horas. Lula convocou governadores de todo o país para uma reunião, em que devem promover um manifesto pela democracia e união das instituições contra a ação organizada de vândalos que destruíram prédios dos Três Poderes da República. "Já pedi mudanças aqui na minha agenda, porque precisamos estar todos alinhados para que a nossa democracia seja preservada". Será o primeiro encontro entre Zema e Lula após as eleições de outubro.
Invasão em Brasília
Na tarde de domingo (08/01), no Distrito Federal, bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional se manifestando contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro de 2022.
Desde o fim das eleições presidenciais, em 30 de outubro, apoiadores extremistas protestam contra o resultado das urnas e demandam intervenção militar em todo o país.
No ápice do extremismo, bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, Congresso e STF.
No ato terrorista, partes do patrimônio público - como mesas, cadeiras e armários - foram depredadas pelos extremistas. Dentro do STF, arrancaram a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, principal desafeto dos bolsonaristas.
De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao menos 300 terroristas já foram presos.
Com a invasão ao Congresso, Lula decretou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal (DF). Ricardo Garcia Capelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, será o interventor no DF. A intervenção será feita no âmbito da segurança pública até o dia 31 de janeiro.
Em meio a críticas da falta de medidas por parte do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para conter os manifestantes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do governador por 90 dias.