O cenário de destruição encontrado no Salão Azul do Senado Federal e no Salão Verde da Câmara dos Deputados vai além do grave ataque terrorista contra a democracia, passa também pela depredação do e já é calculado pelas autoridades.
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Barroso ironiza pichação de 'perdeu, mané' escrita com 'L'É falso que idosa morreu em ginásio da PF onde estão os bolsonaristasPopularidade de Bolsonaro nas redes cai com atos terroristas em BrasíliaLula se reúne com ministros da Saúde e Educação'É do povo brasileiro': internet resgata fala de Dilma sobre bens públicosPor todo o Salão Azul - corredor principal do Senado - os rastros da destruição podiam ser vistos. Vidraças quebradas e portas estavam quebradas ou estilhaçadas. O carpete de cor azul que cobre todo o espaço completamente encharcado em meio aos vidros estilhaçados.
Segundo o Senado, os prejuízos foram estimados entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões. Os gastos serão usados principalmente para troca dos vidros - prioridade por questões de segurança -, dos carpetes e tapetes do Salão Azul e do Plenário, móveis e com a recuperação de materiais de segurança, como detector de metal, máquinas de raio-x, computadores e demais materiais tecnológicos danificados. O prejuízo não contabiliza as obras roubadas ou irrecuperáveis.
Os estragos no Plenário do Senado foram reduzidos por conta da ação da Polícia Legislativa, que ainda evitou que os terroristas acessassem a galera conhecida como Túnel do Tempo. No local foram poupados bustos de antigos presidentes e políticos brasileiros, bem como vitrais com fotos dos senadores que estão em mandato e escritos da história do Senado e da política brasileira.
Segundo servidores do Museu do Senado Federal, presentes de cortesia de delegações estrangeiras para o Estado Brasileiro, entregues a parlamentares e presidentes da República foram destruídos ou estão desaparecidos. Alguns exemplos são de um vaso chinês, um ovo de avestruz do Sudão e uma peça de cerâmica vinda da Hungria. Pelo menos 46 obras do Senado continuam sem paradeiro.
A reportagem do Correio, em contato com uma das coordenadoras do Museu do Senado, Cristina Monteiro, confirmou a informação de que quadros com rostos dos ex-presidentes do Senado foram depredados. As obras foram doadas pelo artista plástico Urbano Villela em homenagem aos ex-presidentes Renan Calheiros, Ramez Tebet e José Sarney.
Celebrados como "heróis" pelos senadores, agentes da Polícia Legislativa contaram com detalhes os momentos de tensão. Ao Correio, um deles disse que "o mais impressionante" foi não ter ninguém ferido, resultando numa tragédia maior. O agente ressaltou que a postura dos manifestantes era no ímpeto de destruir a estrutura do Senado.
"Não tinha ninguém com postura 'de entrei só para protestar', não, eles quebraram tudo o que puderam. A gente se surpreendeu com a destruição. Me admira ter nenhum ferido da nossa parte e da parte deles", disse o agente, que ainda afirmou ter a impressão de que os manifestantes queriam um mártir, mas os policiais legislativos mantiveram "controle emocional".
Em coletiva após reunião de lideranças da Casa, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), especialista na área de segurança pública, afirmou que os invasores receberam treinamento, pela forma como usaram água para reduzir o efeito das bombas de gás lacrimogêneo. Os radicais usavam mangueiras internas para combate à incêndio para dispersar o gás e os que não tinham máscara de proteção usavam proteções úmidas de tecido em geral para reduzir o impacto do artefato policial.