Deputado federal por Minas Gerais reeleito em 2022, Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG) afirmou nesta terça-feira (10) que Flávio Dino, ministro da Justiça e da Segurança Pública, prevaricou diante da invasão à Praça dos Três Poderes no último domingo (8), em Brasília. Os atos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, resultaram em destruição de diversos cômodos e móveis de Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. O parlamentar ainda suspeita de infiltrados em meio aos atos, embora não tenha qualquer prova disso.
Leia Mais
Bolsonaristas detidos em Brasília reclamam da comida: 'Nem cachorro come'Alexandre de Moraes sobre terroristas: 'Essas pessoas não são civilizadas'Pacheco faz vistoria no Senado: 'Minoria extremista será identificada'Torres de energia são derrubadas, e Aneel cogita 'vandalismo' e 'sabotagem'PF de Uberaba apreende dois ônibus e prende 55 supostos golpistas"Não solicitou ou propôs uma ação conjunta, seja com a Polícia Federal, com a Polícia Militar do Distrito Federal, ou com qualquer outro órgão da Segurança Pública. Portanto, não vejo condições de ele permanecer no cargo", completou o deputado mineiro, que foi ministro do Turismo entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, durante o mandato de Bolsonaro como presidente.
Marcos do Val (Podemos-GO), senador, também fez declarações nessa segunda-feira (9) sobre os atos, citando inclusive o presidente Lula (PT). "Ministro da Justiça foi informado dos ataques, um dia antes. No momento que iniciou, ele foi até a janela do ministério, olhou e não tomou nenhuma providência. Já comecei a encontrar provas que o presidente Lula também teve conhecimento do que iria acontecer e não fez nada".
Alguns manifestantes bolsonaristas ainda não aceitaram a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Na ocasião, o então presidente da República não foi reeleito ao ser derrotado por Lula no segundo turno, em 30 de outubro, por 50,9% dos votos válidos a 49,1%. Lula tomou posse como presidente em 1º de janeiro de 2023.
O Estado de Minas procurou o Ministério da Justiça e da Segurança Pública para manifestação diante das falas do deputado federal. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno.
Infiltrados
Segundo Marcelo Álvaro Antônio, ainda em contato com o Estado de Minas, havia infiltrados em meio aos manifestantes que estavam em Brasília no domingo. "Podem ter havido sim infiltrados ali no meio. Obviamente tudo isso precisa passar por uma apuração, e é por isso que eu também propus uma comissão externa parlamentar para que a gente possa acompanhar de perto e também ajudar a separar o joio do trigo".
"Quero deixar claro aqui que os criminosos precisam e devem ser punidos com todo o rigor da lei, mas nós precisamos realmente separar isso. As pessoas que cometeram crimes das pessoas que vieram manifestar pacificamente aqui em Brasília. E pelo que a gente entendeu, isso não ocorreu. Então, foram presas mais de 1.500 pessoas", completou.
Na contramão das cenas que o mundo inteiro viu, o parlamentar afirma que alguns manifestantes tentaram impedir as cenas de terrorismo e selvageria. "Tudo isso vai precisar ser apurado, mas sem dúvida nenhuma existem grandes indícios, vídeos dos próprios patriotas tentando impedir o quebra-quebra, e a gente percebeu claramente que existiam infiltrados. Mas isso aí vai precisar ser apurado de uma forma mais detalhada".