No final da noite de ontem (9/1) e depois de mais de dez horas de trabalho, o delegado chefe da Polícia Federal (PF) de Uberaba, Mário Alexandre Veloso Aguiar e sua equipe, finalizaram oitivas de 55 supostos golpistas que teriam participado da invasão e de atos de vandalismo no Congresso Nacional, nesse domingo (8/1).
Os suspeitos foram interceptados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na manhã de ontem na BR-050, nas proximidades do município de Uberaba.
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"Todos os envolvidos, inclusive os motoristas, foram levados para a Delegacia de Polícia Federal em Uberaba, onde foram ouvidos e identificados criminalmente, através de fotografias e impressões papiloscópicas", contou.
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Aguiar informou também que foram apreendidos os dois ônibus, todos os celulares dos suspeitos, roupas e bandeiras, sendo que o material vai ser submetido a perícia e comparados com as imagens dos crimes praticados em Brasília.
"Após a conclusão das perícias e comprovação dos indícios, os supostos criminosos deverão ser indiciados pelos crimes tipificados nos artigos 288, 359-L e 359-M do Código Penal, respondendo com penas que variam de 11 a 30 anos de reclusão.
As investigações seguem para a Coordenação de Inquéritos, nos tribunais superiores, em Brasília", finalizou.
Flávio Dino, ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que um dos principais objetivos das apreensões é identificar os financiadores que locaram os veículos utilizados nos atos antidemocráticos na capital federal.
Entenda o caso
Cerca de 4 mil apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estiveram em Brasília neste domingo (8). A multidão de verde e amarelo furou o bloqueio de policiais e correu rumo ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal.
Os vândalos quebraram vidraças, mobílias e equipamentos como computadores, impressoras, televisores e câmeras. Nem mesmo um quadro de autoria do pintor Di Cavalcanti e um vitral da artista plástica Marianne Peretti escaparam da ação. Vídeos dos próprios presentes no tumulto mostraram os rastros de destruição ao patrimônio público.
Os eleitores extremistas de Bolsonaro não aceitam a vitória de Lula na votação do dia 30 de outubro de 2022 e pedem intervenção do Exército na política brasileira.
Para garantir o respeito à democracia e à lei, Lula decretou intervenção federal nas forças de segurança de Brasília até o dia 31 de janeiro. Por sua vez, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o afastamento por 90 dias do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).