O ex-ministro da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Ciro Nogueira (PP-PI) votou, nesta terça-feira (10/1), a favor do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que impõe intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal.
O decreto foi assinado por Lula depois da invasão terrorista comandada por bolsonaristas no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
Na contramão dos colegas, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, Luis Carlos Heinze (PP-RS), Carlos Viana (PL-MG), Eduardo Girão, Carlos Portinho (PL-RJ), Zequinha Marinho (PL-PA), Plínio Valério (PSDB-AM) e Styverson Valentim (Podemos-RN), Ciro se posicionou a favor do governo petista.
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Durante os ataques, no domingo, Nogueira pediu "sensatez" aos invasores. “Peço a todos equilíbrio e sensatez. A democracia se fortalece no contraditório e no respeito às diferenças”, escreveu no Twitter.
Invasão aos Três Poderes
Vestidos de verde e amarelo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) nesse domingo (8). Estima-se que 4 mil pessoas participaram da ação em Brasília. Até esta terça-feira (10), cerca de 1.200 estavam detidas no QG do Exército.
Inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas ocuparam os Três Poderes para pedir um golpe militar. Foram quebrados objetos históricos, obras de arte, móveis e vidraças. Houve invasão a gabinetes e roubo de documentos e armas.
Após o ataque, o presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. Horas depois, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar Ibaneis Rocha do governo do DF por 90 dias.
Ontem, segunda-feira (9/1), Lula e representantes de todos os estados fizeram reunião pela democracia. Depois, caminharam juntos do Planalto ao STF.
Também na segunda, os acampamentos de bolsonaristas golpistas foram enfim desmontados após ordem do STF. Mais de 1,2 mil foram detidos em Brasília. Concentrações também foram desfeitas em SP, Rio e outras capitais. Na maioria dos casos, sem confrontos.
Até o momento, as investigações avançam e miram os financiadores dos ataques. O governo diz que pessoas de ao menos 10 estados bancaram ataques.