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Estado de Minas CONGRESSO NACIONAL

Carlos Viana vota contra intervenção federal no DF: 'Situação sob controle'

Senador mineiro diz que 'pacificação' do país deve ocorrer por meio do diálogo e defende o governador brasiliense Ibaneis Rocha


10/01/2023 18:04 - atualizado 10/01/2023 19:11

O senador Carlos Viana, do PL de Minas Gerais
O senador Carlos Viana (foto) é contra a intervenção da União na Segurança Pública do DF (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O senador mineiro Carlos Viana, do PL, foi um dos 10 contrários ao aval ao decreto de intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal. O texto, visto pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como saída para estancar os efeitos do ato golpista ocorrido em Brasília no domingo (8), foi aprovado no Senado nesta quarta-feira (10/1), apesar das vozes dissonantes.

Segundo Viana, não é preciso, neste momento, que as forças de segurança do Distrito Federal sejam controladas pela União. Ele ainda protestou contra o afastamento do governador brasiliense Ibaneis Rocha (MDB). A decisão foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A situação está sob controle e não há mais nada urgente que leve a necessidade de um decreto. Além disso, o afastamento do governador de Brasília por 90 dias, em decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes, é totalmente inconstitucional. Se o governo Lula quer, de fato, pacificar o país, que seja com decisões por meio de diálogo e não apenas para manchetes de jornais", disse o senador, ao ser questionado pelo Estado de Minas sobre o voto.

Quatro dos 10 senadores que votaram contrariamente ao decreto são filiados ao PL, partido de Jair Bolsonaro. O ex-presidente é defendido pelos radicais que invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do STF e do Congresso Nacional.

Sem provas, os manifestantes questionam a legitimidade da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a despeito da lisura do processo eleitoral, comprovada por observadores nacionais e internacionais.

A intervenção já foi aprovada pelos integrantes da Câmara dos Deputados. Com o aval do Senado, o texto vai à promulgação.


Flávio Bolsonaro defende o pai em sessão


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos que se posicionaram contra a proposta de intervenção, defendeu o pai durante a votação. "Não queiram criar essa narrativa mentirosa, veiculando Bolsonaro a esses atos irresponsáveis", afirmou.

Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo Bolsonaro no Senado durante parte do mandato, afirmou que o momento não é de expor culpados. "Poderíamos apontar o dedo para vários, mas isso não vai nos levar a lugar nenhum. Se houve inação, ela foi generalizada".

Segundo as estatísticas oficiais do Senado, além de Viana, Flávio e Portinho, outros sete congressistas mostraram descontentamento com a intervenção na segurança pública do DF. A lista tem Styvenson Valentim (Podemos-RN), Plínio Valério (PSDB-AM), Eduardo Girão (Podemos-CE), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Zequinha Marinho (PL-PA), Lasier Martins (Podemos-RS) e Marcos do Val (Podemos-ES).

Mais cedo, Ricardo Cappelli, interventor nomeado por Lula para cuidar da Segurança Pública do DF, disse desconfiar de "sabotagem" de Anderson Torres, ex-secretário da pasta. Ex-ministro de Bolsonaro, Torres teve a prisão pedida por Alexandre de Moraes.


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