Jornal Estado de Minas

TROCA DE FARPAS

Greenwald diz que Chico Pinheiro usa tática 'autoritária e desonesta'

O jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, foi às redes sociais nesta quarta-feira (11/1), rebater as críticas do colega de profissão Chico Pinheiro. Ontem (10), Chico havia criticado Glenn por questionar o "poder" de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diante do cenário político no país.





Na publicação, Greenwald respondia uma coluna do jornal O Globo, que dizia: "Poder de Alexandre de Moraes requer escrutínio". O jornalista concordou com a opinião e questionou: "Existe agora, ou já existiu, uma democracia moderna onde um único juiz exerce o poder que Alexandre de Moraes possui no Brasil? Não consigo pensar em nenhum exemplo sequer próximo".

Ao ler o comentário do jornalista, Chico disparou críticas ao posicionamento: "Qual é a tua, Glenn? Há alguma informação relevante a dar? O país ameaçado, à beira de um golpe, o Judiciário em recesso, e você vem criticar quem luta contra o terrorismo bolsonarista? O que se passa com você?", perguntou.

Na manhã desta quarta-feira, Glenn acusou Chico de usar uma "tática" autoritária e desonesta. Para o jornalista, a estratégia é a mesma utilizada por George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos, para "silenciar" quem criticava o governo.





"É incrível ler esta acusação. Essa tática é a mesma usada pelo governo Bush após o ataque de 11 de setembro para silenciar críticos: Nosso país foi atacado! Qualquer um que questione os poderes que invocamos está do lado dos terroristas! É uma tática autoritária e desonesta", pontuou.

"A fórmula é a mesma sempre que um país enfrenta uma ameaça. (...) Agora: quem questiona de Moraes apóia o terrorismo", completou. 
 
 

Glenn ainda ressaltou que questionar o governo e os Poderes, mesmo o STF, não é equivalente a ser conivente com o fascismo ou os ataques terroristas. 

"O que é fascista é criar um clima que proíbe questionamento das autoridades, ou igualar críticas a ser "pró-terrorista". Essa tática é tão antiga quanto autoritária".




 
 
 
 

Críticas a Moraes 

 
O jornalista ainda pontuou que o "poder" de Moraes é "inédito" em uma democracia e alegou que o ofício do ministro tem sido questionado em todo o mundo.

"Não é papel do jornalistas aplaudir as autoridades sem questionar. A mídia corporativa está cheia de jornalistas que veem o que é popular e o elogiam: impeachment de Dilma, Sergio Moro, agora de Moraes. Então, se é isso que quer, não se preocupe, vai ter muito. Mas não aqui", pontuou.
 
 
 
 

"Em tempos de crises e medo nacional, é **mais importante do que nunca** que os jornalistas questionem as autoridades e, por isso, recebam ataques, insultos, ameaças, etc. Já enfrentei ameaças bem piores do que insultos infantis no Twitter ("você está do lado dos terroristas!")", completou.