O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, prorrogou por mais dez dias o uso da Força Nacional da região da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, palco de atos de vandalismo no último domingo (8).
A determinação foi publicada em Diário Oficial da União desta quarta-feira (11), mas a assinatura é do dia anterior.
A portaria autoriza o emprego da Força Nacional para "auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado" entre os dias 10 e 19 de janeiro.
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A decisão de sábado ocorreu devido à convocação de manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com pedidos golpistas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os manifestantes desceram do quartel-general do Exército para a Esplanada e depredaram e vandalizaram a sede dos Três Poderes. O episódio levou ao afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pelo ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal), que será analisado nesta quarta pela corte.
Moraes também mandou prender o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira, responsável pela corporação no dia do vandalismo, e o então secretário de Segurança Pública e ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres. Este estava nos Estados Unidos e deve se entregar nesta quarta à polícia.
A atuação da Força Nacional se deve pela desconfiança do governo federal no comando da segurança do Distrito Federal. Por isso, Lula também determinou, ainda no domingo, intervenção federal neste setor e nomeou o braço direito de Dino, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, para o posto.
Em entrevista à Folha, ele disse que houve quebra de confiança com o Governo do Distrito Federal.
Cappelli isenta o governo de qualquer responsabilidade por falhas na segurança e aponta sabotagem do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres.
Para agir na proteção da Esplanada, a Força Nacional recebeu mais 611 policiais de 15 estados.
Fazem parte da lista os seguintes estados: Ceará, Bahia, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul.