Citada pela Advocacia-Geral da União (AGU), a possível manifestação bolsonarista agendada para esta quarta-feira (11/1), na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, não ocorreu. A AGU citou a possibilidade de um ato na capital mineira no documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para alertar sobre uma "megamanifestação nacional" de grupos que, sem provas, contestam a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Corte proibiu ações de caráter golpista.
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A patrulha belo-horizontina colocou um veículo, inclusive, na área interna da praça, nos arredores do coreto Integrantes da cavalaria militar também estavam presentes.
A pedido da AGU, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, proibiu atos públicos com ocupação ou bloqueio de vias públicas. Vetada, ainda, qualquer tentativa de impedir o direito de ir e vir e a obstrução do acesso a prédios públicos. O descumprimento da decisão de Moraes por parte de participantes ou financiadores das eventuais manifestações vai gerar multa horária no valor de R$ 20 mil para pessoas físicas e de R$ 100 mil para pessoas jurídicas.
Na Praça da Liberdade, pouco depois das 19h, havia pequenos grupos de pessoas com trajes verde e amarelo. Caminhando de forma independente uns dos outros, eles não se articulam para atos em conjunto. Paralelamente, pedestres caminhavam com seus guarda-chuvas e sombrinhas.
A preocupação da AGU e do STF está ligada aos atos golpistas ocorridos no domingo (8) em Brasília (DF). Radicais simpáticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tomaram os prédios do Congresso Nacional e do Supremo, bem como o Palácio do Planalto, e promoveram vandalização generalizada das estruturas.
Segundo a AGU, as "megamanifestações" de hoje estavam previstas para ocorrer em todas as capitais do país. A articulação em prol dos protestos ocorria por meio de aplicativos de mensagem e redes sociais. Moraes determinou que o Telegram bloqueasse os perfis de indivíduos envolvidos na organização dos atos.
Nas conversas enviadas pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF, bolsonaristas utilizam o código "Festa da Selma" para se referir aos protestos de teor golpista. Segundo apurou o Estado de Minas, a Prefeitura de BH também tinha indícios de que uma manifestação radial poderia ocorrer hoje.
Fuad pede ação conjunta entre Guarda Municipal e PM
Mais cedo, o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), determinou que a Guarda Municipal da cidade atue para cumprir as ordens do STF. Ele disse que, se houver omissão das autoridades estaduais e federais para concretizar prisões de cidadãos que desobedecerem o pedido da Suprema Corte, os agentes municipais estarão autorizados a fazer as detenções.
Nesse caso, os cidadãos serão encaminhados à sede da Polícia Federal. Veículos utilizados em manifestações que bloqueiem ruas e avenidas belo-horizontinas deverão ser removidos imediatamente.
O prefeito pediu, ainda, ação conjunta entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar. Segundo Fuad, a competência dos militares estaduais prevalece. Apesar disso, ele garantiu que há efetivo suficiente de guardas para conter potenciais manifestações antidemocráticas.