Para 39%, ele não teve nenhuma responsabilidade nos ataques; 6% não sabem responder.
Bolsonaro disse em rede social que depredações "fogem à regra" da democracia e comparou o atentado a protestos da esquerda, em meio à discussão de que insuflou a rebelião por ter indicado apoio a manifestações de apoiadores diante de quartéis e jamais ter reconhecido abertamente a derrota eleitoral.
O levantamento do instituto mostra ainda que 45% das pessoas concordam com a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que Bolsonaro (a quem se referiu como "genocida") estimulou os atos violentos. Desses, 34% concordam totalmente com o petista, e 11% o fazem apenas em parte.
Entretanto um universo de 45% discorda da avaliação de Lula, sendo 31% os que divergem totalmente e 14% os que discordam dele em parte. Há ainda uma fatia de 2% que não concorda nem discorda com a afirmação do presidente e um grupo de 8% que não sabe responder.
A pesquisa foi realizada nesta terça (10) e quarta (11), com 1.214 pessoas espalhadas pelo país. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações feitas para aparelhos celulares, usados por cerca de 90% da população. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A grande maioria (96%) dos entrevistados tomou conhecimento dos eventos do fim de semana. Além disso, a maioria (93%) se declara contra a destruição dos prédios públicos ocorrida na capital federal.
O Datafolha também perguntou se a opinião que o entrevistado tem sobre Bolsonaro mudou ou continua a mesma após as cenas de insurreição e desprezo à democracia protagonizadas por simpatizantes do ex-presidente. A impressão de antes se manteve para 80% das pessoas, e 4% não sabem responder.
Para 16%, no entanto, a opinião pessoal sobre o ex-presidente se alterou. Desses, 11% dizem que ela mudou para pior, e 5% afirmam que foi para melhor. A tendência de prejuízo à imagem de Bolsonaro também tem ocorrido no ambiente virtual, com a popularidade dele caindo ao menor patamar desde 2019.
Apenas 2% dos entrevistados disseram participar de algum grupo de apoio a Bolsonaro no WhatsApp ou no Telegram. Os aplicativos de troca de mensagens foram usados para mobilizar caravanas para Brasília e organizar a marcha da selvageria rumo à praça dos Três Poderes.
Todos os que declaram estar em grupos bolsonaristas dizem ter votado no político de extrema direita em 2022.