O ex-ministro da Justiça da gestão Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal exonerado, Anderson Torres acaba de desembarcar no Brasil, no Aeroporto Internacional de Brasília JK. O avião pousou em solo brasileiro às 7h20 deste sábado (14/1). Ainda não se sabe se ele será levado ao Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do Distrito Federal ou para a Superintendência da Polícia Federal. Anderson decolou de Miami, nos Estados Unidos, na noite desta sexta-feira (13).
A polícia não deu detalhes sobre o que acontecerá com o ex-ministro após o desembarque. A corporação não informou se ele passará pelos procedimentos de prisão, como exame de corpo de delito ainda no aeroporto ou se será levado ao Instituto Médico Legal (IML). Outro momento aguardado com atenção é o depoimento do ex-ministro, que pode acontecer ainda neste sábado ou na segunda-feira (16/1).
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o ex-secretário de Segurança Pública do DF embarca nos Estados Unidos escoltado por policiais, usando boné, máscaras de segurança contra a covid e óculos escuros para ter sua imagem preservada.
De acordo com o blog da Natuza Nery, no G1, Anderson comprou passagens para o Brasil usando apenas os dois primeiros nomes: Anderson Gustavo. O objetivo de omitir o "Torres" no momento da compra do bilhete aéreo seria para que sua chegada ao Brasil ocorresse sem alarde e sem imagens do momento da prisão
A prisão de Anderson Torres foi determinada na última terça-feira (10/1), pelo ministro do Superemo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais. Torres é acusado de ter sabotado o comando da Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques terroristas de domingo (8/1). Ele deve responder por omissão e conivência.
Torres era o responsável pela segurança do Distrito Federal quando alguns bolsonaristas terroristas invadiram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, no domingo (8/1).
Na quinta-feira (12/1), a Polícia Federal divulgou que, durante operação de busca e apreensão na casa de Torres, foi encontrada uma minuta — versão prévia de um decreto presidencial — que previa a decretação de um Estado de Defesa nas sedes de tribunais eleitorais, que poderia ser usado para uma tentativa de golpe e de alterar o resultado das eleições de 2022.
Ainda no domingo (8), dia em que bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, Torres foi exonerado da secretaria de Segurança Pública do DF, cargo que voltou a assumir depois de deixar de ser ministro de Bolsonaro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou, nesta sexta-feira (13/1), que pediria a extradição de Anderson Torres caso ele não se entregasse à Justiça e retornasse ao Brasil até segunda-feira (16/1).