O Correio Braziliense flagrou o ex-ministro e ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Torres, na janela do 4ª Batalhão da Polícia Militar no Guará, em Brasília, onde ele está preso desde sábado (14/1). O clique foi capturado pelo repórter fotográfico do Correio Carlos Vieira, às 11h da manhã deste domingo (15/1).
Vieira estava de plantão e seguiu para o batalhão para observar a movimentação. “Eu analisei o prédio para ver onde poderia conseguir uma foto do ex-ministro. Vi aquela janela, e imaginei que ele pudesse estar ali. Fiquei preparado, esperando alguma coisa acontecer. Quando notei que a janela ia abrir, fiz o clique", contou o fotógrafo. "Assim que me viu, ele fechou a janela rapidamente. Então fui para o carro, ampliei a imagem e, só depois de analisar muito, conclui que realmente se tratava de Anderson Torres", disse Carlos Vieira.
Leia Mais
Presidente do TJMG: 'O Judiciário precisa se aproximar mais da sociedade'Jardineiro do Congresso relata desalento com destruição e paixão por obra 'Bailarina'Imagens inéditas das câmeras de segurança mostram destruição em BrasíliaVídeo mostra homem com camisa de Bolsonaro quebrando relógio de Dom João VIEle recebeu ordem de prisão pela Polícia Federal assim que desceu do avião. Em seguida, fez o exame de corpo de delito no saguão da Polícia Federal, ainda no aeroporto, de onde foi levado diretamente para o batalhão da PM. A última imagem pública de Torres foi no momento em que embarcou no aeroporto de Miami e desde então ele não foi visto pela imprensa.
Prisão preventiva
A prisão de Anderson Torres foi determinada na última terça-feira (10/1), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Torres é acusado de ter sabotado o comando da Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques terroristas de domingo (8/1). Ele deve responder por omissão e conivência.
Torres era o responsável pela segurança do Distrito Federal quando bolsonaristas terroristas invadiram os prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, no domingo (8/1).
Na quinta-feira (12/1), a Polícia Federal divulgou que, durante operação de busca e apreensão na casa de Torres, foi encontrada uma minuta — versão prévia de um decreto presidencial — que previa a decretação de um Estado de Defesa nas sedes de tribunais eleitorais, que poderia ser usado para uma tentativa de golpe e de alterar o resultado das eleições de 2022.
Ainda no domingo (8), dia em que bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, Torres foi exonerado da secretaria de Segurança Pública do DF, cargo que assumiu depois de deixar de ser ministro de Bolsonaro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou, na sexta-feira (13/1), que pediria a extradição de Anderson Torres caso ele não se entregasse à Justiça e retornasse ao Brasil até segunda-feira (16/1).