Jornal Estado de Minas

ATAQUES EM BRASÍLIA

Bolsonaristas presos reclamam da falta de wi-fi e de água gelada

Juízes destacados para conduzir as audiências de custódia dos vândalos envolvidos na invasão de prédios públicos no dia 8 de janeiro e dos acampados na frente do quartel-general do Exército relatam que os presos têm reclamado da falta de conforto de suas celas e feito pedidos inusitados.



Um deles reclamou que, desde que havia sido detido, não tinha tido as condições necessárias para limpar suas lentes de contato. O magistrado autorizou que o advogado levasse o produto adequado para a higienização.

São comuns reclamações de manifestantes que entraram nos ônibus que os levaram ao presídio sem saberem aonde estavam indo. Um deles se queixou de ter sido preso contra a sua vontade. "Não sei se o senhor sabe, mas é assim que a prisão funciona", respondeu o juiz responsável pela audiência.

Há protestos ainda pela falta de água gelada para beber, de wi-fi e pela qualidade da comida. Um preso de Santa Catarina contou estar comendo apenas frutas, suco e Toddynho desde domingo passado.

 

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Outros exigem ainda mais espaço em suas celas. Um dos presos disse estar em um espaço com dez pessoas, sendo que só cabem oito. O juiz contestou que nas carceragens são comuns 32 presos onde cabem oito.



A previsão é que as audiências de custódia se encerrem nesta segunda-feira (16). Até domingo (15), já tinham sido ouvidas 1.248 pessoas pelos juízes federais do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) e estaduais do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios). O trabalho é coordenado pela Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Pela quantidade de presos, advogados têm ficado de prontidão para conseguir clientes. Em média, oferecem uma audiência por R$ 1.000.

O mutirão se iniciou na quarta-feira (11). O trabalho será encaminhado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que pode manter as prisões, soltá-los ou, ainda, declinar a competência, caso a caso.