O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou disse que ele segue divulgando notícias falsas.
O petista deu entrevista exclusiva à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, nesta quarta-feira (18/1).
Para Lula, os invasores passaram do limite da Constituição, da Justiça Eleitoral e do resultado das urnas. “Ninguém perdeu mais eleição que eu neste Brasil. Perdi em 1989, 1994 e 1998. Você não viu um gesto de rebeldia meu, do PT ou dos partidos que me apoiaram”, disse.
“O cidadão fugiu. Se escondeu dentro de casa e, depois, fugiu sem prestar contas à sociedade. Até hoje ele não disse ‘fui derrotado’. Até hoje ele continua fazendo fake news e mostrando que as urnas tiveram fraudes. É grave. Temos de apurar”, seguiu.
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“Fiquei com a impressão, inclusive, que o pessoal estava acatando ordens e orientações que Bolsonaro deu durante muito tempo. (Por) muito tempo, ele mandou invadir a Suprema Corte, desacreditou do Congresso e pedia que o povo andasse armado”, disse.
Para Lula, os golpistas “perceberam que houve reação”. “Sou agradecido aos governadores que vieram a Brasília prestar solidariedade. Imediatamente, a gente percebeu que tínhamos de trabalhar juntos: Legislativo, Executivo e Judiciário”, seguiu.
“Quem veio aqui era gente muito profissional. Tinha militantes comuns, que estavam raivosos — nem sei se haviam bebido ou não. Mas o dado concreto é que, segundo todos os depoimentos, as pessoas que vieram aqui eram profissionais. Conheciam o Planalto, o poder Judiciário e a Câmara dos Deputados. Não foi nenhum analfabeto político que invadiu isso aqui. Era gente que preparou isso durante muito tempo”, afirmou.
Lula ainda disse que “ficou irritado” ao perceber que as forças de segurança não evitaram a entrada dos terroristas.
“Fui ficando irritado, porque não era possível a facilidade com que as pessoas invadiram o palácio do presidente da República. Na verdade, eles não quebraram para entrar; entraram porque a porta estava aberta. Alguém de dentro do palácio abriu a porta para eles. Só pode ter sido. Houve conivência de alguém que estava aqui dentro”, disse Lula.