O encontro está marcado para as 10h, no Palácio do Planalto. Participam também o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o empresário Josué Gomes, que enfrenta uma disputa para permanecer no comando da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo auxiliares do presidente, a pauta do encontro ficará concentrada nos projetos estratégicos de defesa das Forças Armadas. O plano original é evitar discussões políticas que podem ampliar os atritos entre Lula e os militares.
O ministro da Defesa tinha previsão de levar os planos de investimentos das Forças Armadas a Lula em fevereiro, mas decidiu antecipar essa conversa, num esforço para melhorar a relação entre os dois lados.
O encontro ocorre uma semana após o petista ter declarado que tinha desconfiança em relação a militares que trabalham na segurança do Palácio do Planalto, devido à invasão das sedes dos Três Poderes.
Nesse período, Lula dispensou dezenas de integrantes das Forças que trabalham em áreas consideradas sensíveis, como o Gabinete de Segurança Institucional.
Na terça-feira (17), o ministro Rui Costa (Casa Civil) teve uma reunião com Múcio e os chefes das Forças Armadas. Ele anunciou que tentaria encaixar na agenda de Lula uma reunião com os chefes dos militares até sexta.
Estarão na reunião os comandantes do Exército, Júlio Arruda, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.
Em café da manhã com jornalistas na semana passada, o presidente se queixou das Forças Armadas, na esteira dos ataques do dia 8.
"Essa é a imagem que eu tenho das Forças Armadas. Umas Forças Armadas que sabem que seu papel está definido na Constituição. As Forças Armadas não são o poder moderador como pensam que são. As Forças Armadas têm um papel na Constituição, que é a defesa do povo brasileiro e da nossa soberania contra possíveis inimigos externos. É isso o papel das Forças Armadas e está definido na nossa Constituição. É isso que quero que seja bem feito", disse o petista, em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.