O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, oficializou, na noite deste sábado (21/1), a exoneração do general Júlio César de Arruda do comando do Exército Brasileiro. O novo líder das tropas vai ser o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), Múcio afirmou que eventos recentes como a invasão golpista aos prédios dos três Poderes causaram uma "fratura no nível de confiança" do governo ante o Exército.
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Novo comandante do Exército é visto como militar de bom traquejo políticoQuem é o general Tomás Miguel, novo comandante do ExércitoNovo comandante do Exército pregou respeito a resultado das urnasCPI: ex-secretário diz que Exército impediu prisões de terroristasMúcio vai discutir artigo 142 com comandantes militaresDino sobre condição dos yanomami: "Fortes indícios de genocídio" Lula se encontra com o novo comandante do Exército no PlanaltoA queda de Arruda e a nomeação de Tomás eram dadas como certas desde o início da tarde. A oficialização dos movimentos, porém, só aconteceu após Múcio se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também participou do encontro. A passagem de bastão deve ocorrer na próxima semana.
Lula passou a manhã e o início da tarde em Boa Vista (RR), onde prometeu auxílio aos habitantes da Terra Indígena Yanomami, que enfrentam emergência em saúde. Depois, voou para Brasília e foi direto ao Planalto tratar da troca na caserna.
Escolhido fez discurso pró-democracia
Ex-comandante Militar do Sudeste, o general Tomás fez, na quarta-feira (18), um discurso em defesa da democracia e do resultado eleitoral. A fala ocorreu em meio a pedidos inconstitucionais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma intervenção das tropas no governo federal."Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado", pontuou, durante cerimônia militar em São Paulo (SP).