Segundo ele, "há fortes indícios de crime de genocídio" diante dos "sofrimentos criminosos impostos aos yanomami". O ofício deve ser enviado na segunda-feira (22/1).
Dino esteve em Roraima neste sábado (21/1), ao lado do presidente Lula, para ver de perto a situação dos indígenas. O povo da região vive uma crise sanitária que já resultou na morte de 570 crianças por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos.
Emergência de saúde
Nesta sexta-feira (20/1), o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública no território indígena Yanomami. A terra é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros.
No ano passado, 99 crianças do povo Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região, segundo divulgado pelo Ministério dos Povos Indígenas. As vítimas foram crianças entre um a 4 anos.
Além disso, em 2022, foram confirmados 11.530 casos de malária na região. Desde a última segunda-feira (16/1), equipes do Ministério da Saúde se encontram no território indígena Yanomami.
Ontem (20/1), Lula instituiu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.
Os dados foram revelados pelo portal de jornalismo baseado na Amazônia Sumaúma: 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos por doenças que têm tratamento. A reportagem apontou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami.