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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Yanomamis: inquérito policial vai apurar crime de genocídio, diz Dino

Ministro da Justiça afirmou que vai determinar a abertura de inquérito policial para apurar crime de genocídio e crimes ambientais na região do povo Yanomami


22/01/2023 12:20 - atualizado 23/01/2023 10:38

Foto meramente ilustrativa de crianças e adultos indígenas yanomamis
Povo yanomami de Roraima enfrenta altos níveis de desnutrição e precariedade (foto: NELSON ALMEIDA/AFP - 01/07/2020 )
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino (PSB-MA), vai determinar a abertura de inquérito para entender o que levou o povo yanomami de Roraima (RR) a altos níveis de desnutrição e precariedade. De acordo com Dino, a apuração vai determinar se houve crime de genocídio e quais crimes ambientais foram cometidos. 

Além disso, a partir de segunda-feira (23/01), a Polícia Federal (PF) ficará responsável pela investigação determinada pelo MJSP, para apurar as responsabilidades e punir os culpados.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) culpou a gestão Jair Bolsonaro (PL) pelo que está acontecendo com os Yanomamis em Roraima. Lula ressaltou, em coletiva de imprensa, que se Bolsonaro tivesse feito menos motociata, talvez ele teria prestado atenção nos povos indígenas. 
 
 
 
“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias, em vez de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, disse Lula. 

O deputado federal André Janones (Avante-MG) afirmou, via redes sociais, que o responsável pela situação precária dos Yanomamis é o ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar ainda relembrou que Bolsonaro gastou R$104 mil em apenas um dia, em um restaurante pequeno de Boa Vista, em Roraima, mesmo estado em que os indígenas passam fome. 

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), também responsabilizou Bolsonaro. De acordo com a ministra, houve omissão por parte do governo anterior. 

“Precisamos responsabilizar o governo anterior por ter permitido que essa situação se agravasse com o povo Yanomami ao ponto da gente chegar aqui e encontrar adultos com peso de criança, e crianças em uma situação de pele e osso”, afirmou Sônia. 
O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), culpou a ex-ministra dos Direitos Humanos, a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF). Via redes sociais, Randolfe afirmou que ela cometeu o crime de prevaricação.
 
 
 
“Alguém sabe onde estava a ministra dos Direitos Humanos e hoje Senadora, Damares Alves, enquanto se praticava Genocídio contra o Povo Yanomami?? Aviso: Omissão e Prevaricação são CRIMES e serão apurados”, afirmou. 

Já o ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu das acusações. Pelo Telegram, Bolsonaro afirmou que iria mostrar “verdades” contra a “farsa da esquerda” e listou os feitos que o seu governo havia realizado em prol dos povos indígenas. 
 

Os dados foram revelados pelo portal de jornalismo baseado na Amazônia Sumaúma: 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos por doenças que têm tratamento. A reportagem apontou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami. 


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