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Estado de Minas DEFESA

Damares sobre desnutrição dos Yanomamis: 'Não houve omissão'

Ex-ministra dos Direitos Humanos afirmou que o governo Bolsonaro tomou medidas para amparar indígenas e revelou 'dor e tristeza' com crise humanitária


22/01/2023 16:45 - atualizado 23/01/2023 10:42

A senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF)
Ex-ministra e senadora eleita, Damares (foto) se defendeu de críticas sobre condução da crise Yanomami (foto: AFP / Fabrice COFFRINI)
A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse, neste domingo (22/1), que "não houve omissão" do governo de Jair Bolsonaro (PL) ante as necessidades do povo Yanomami. Os indígenas, que vivem em Roraima (RR), vivem problemas humanitários em virtude de enfermidades como desnutrição, malária e infecções respiratórias - potencializadas pelo garimpo ilegal. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças morreram por causa da crise.

No Twitter, Damares listou ações que teriam sido tomadas sob Bolsonaro para amparar os povos indígenas. Agora senadora eleita pelo Republicanos do Distrito Federal, a ex-ministra disse que a antiga pasta dos Direitos Humanos foi a Roraima por diversas vezes verificar as condições de vida dos Yanomamis.

"O ministério, num grande esforço, e com o apoio de outros órgãos, entregou o Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra Crianças, inclusive reconhecendo a desnutrição como uma das mais terríveis violências contra elas, propondo ações. O Plano passou a ser executado priorizando três áreas indígenas e uma delas é a área Yanomami. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) trabalharam muito no governo Bolsonaro, não houve omissão", escreveu.



Segundo Damares, cestas básicas foram entregues no auge da pandemia de COVID-19. Ela disse ter acompanhado "com dor e tristeza" as imagens que retratam problemas como a visível subnutrição de parte dos Yanomamis.

"No governo Bolsonaro, a política indigenista era executada em três ministérios: Educação, Saúde e Justiça. Ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos cabia receber denúncias de violações de direitos dos indígenas e encaminhá-las às autoridades responsáveis", falou. "Enviamos ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebemos relatórios das equipes técnicas, as quais informaram as providências tomadas", completou.

Inquérito e pedido de investigação por genocídio


Como mostrou mais cedo o Estado de Minas, deputados federais do PT acionaram o Ministério Público Federal (MPF) pedindo que Bolsonaro e Damares sejam investigados por possível crime de genocídio contra os indígenas. Flávio Dino (PSB-MA), ministro da Justiça de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que existem "fortes indícios de crime de genocídio" contra os indígenas roraimenses". Um inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF) vai apurar as responsabilidades.

Ontem, Lula viajou a Boa Vista (RR) acompanhado por uma comitiva de ministros. Ele prometeu ações de combate ao garimpo ilegal e de assistência em saúde aos indígenas. A ideia é apoiá-los, também, em questões ligadas ao transporte, à alimentação e à educação.

 

Os dados foram revelados pelo portal de jornalismo baseado na Amazônia Sumaúma: 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos por doenças que têm tratamento. A reportagem apontou que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% no território Yanomami. 


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