As motociatas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) custavam, em média, R$ 100 mil por passeio. Realizadas durante todo o seu mandato, os eventos foram custeados com o cartão corporativo da Presidência da República. O levantamento foi feito pelos repórteres Katia Brembatti e Vinícius Valfré, do jornal O Estado de S. Paulo. Eles tiveram acesso a algumas notas fiscais que descrevem os gastos com o cartão do ex-presidente.
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Gastos no cartão
Em maio de 2021, em um dos passeios no Rio de Janeiro, Bolsonaro gastou R$ 116 mil em suporte local de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército.
Em outras viagens, mais de 200 integrantes das Forças Armadas chegaram a ser empregados. Entre os funcionários estavam pilotos, motoristas, seguranças e integrantes do evento.
Valores repetidos
Com as notas fiscais foi possível identificar os gastos repetidos listados na divulgação dos valores consumidos no cartão. Bolsonaro, por exemplo, adquiriu 300 lanches de R$ 30 cada, o que equivale a R$ 9 mil.
De acordo com as notas fiscais, os lanches eram um ou dois sanduíches de presunto e queijo, uma bebida, como suco ou refrigerante e uma fruta. Como os funcionários chegavam a fazer mais de 9 horas de trabalho por dia, eram alimentados três vezes: café, almoço e janta.
Ainda segundo as notas, os estabelecimentos que mais aparecem são as padarias Tony e Thays, em São Paulo, com 102 compras ao todo de R$ 126 mil. Já no Rio, Santa Marta, com 24 compras que ao todo somam R$ 364 mil.
Hospedagens
Conforme o levantamento, as diárias eram baixas, entre R$ 100 e R$ 250, mas devido a quantidade de pessoas e o tempo de estadia, os custos chegavam a um valor expressivo.
Na maior parte das vezes, o ex-presidente não pernoitava nas cidades, com exceção dos períodos de férias e lazer.
De acordo com os dados analisados, em fevereiro de 2021, Bolsonaro gastou, em quatro dias, R$ 9 mil em hospedagens em São Francisco do Sul (SC). Na ocasião, ele estava acompanhado de assessores e familiares no Forte Marechal Luz, pertencente às Forças Armadas. Durante a viagem, as compras de supermercados chegaram a R$ 48 mil.
Segundo o Estadão, nas despesas do cartão corporativo não constam os gastos de combustível das aeronaves, custeados pela Força Área Brasileira (FAB). Já o que era servido durante os trajetos, como a alimentação a bordo do avião, ficavam na faixa de R$ 4 mil por viagem.