O deputado estadual Roberto Andrade (Patriota) disse, nesta segunda-feira (23/1), que não tem o "projeto pessoal" de presidir a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Líder do governo de Romeu Zema (Novo) no Parlamento, ele articulou sua candidatura ao comando da Casa, mas pode abrir mão de encabeçar uma chapa em prol de ampliar o leque de alianças. Segundo apurou o Estado de Minas, a eventual saída de Andrade poderia abrir espaço a Duarte Bechir, do PSD. Os pessedistas formam, justamente, uma das correntes que Andrade mira para fortalecer a construção de uma candidatura capaz de conseguir mais votos.
"Não tenho o projeto pessoal de ser presidente da Assembleia, pois meu projeto faz parte de algo muito maior, que se chama Minas Gerais. Se, para essas coisas acontecerem, o presidente da Assembleia tiver que ser outro, estamos prontos para apoiar quem for ser o outro candidato, com a maior tranquilidade", afirmou Andrade, em entrevista ao EM. "Esse nome vai ser construído com o nosso grupo e com o próprio PSD", completou.
Desde o fim de semana, parte dos pessedistas trabalha com a hipótese de liderar uma chapa. As conversas sobre a eventual desistência de Andrade, o que poderia acarretar em uma união do grupo governista em torno de Bechir, podem ter um desfecho entre hoje e esta terça-feira (24). A eleição deve ocorrer na quarta-feira (1°/2), data da posse dos componentes da nova legislatura.
Andrade é o nome preferido do secretário de Estado de Governo, Igor Eto, um dos responsáveis por tocar as articulações entre Executivo e Legislativo. Depois dos constantes embates de Zema com o atual presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), o Palácio Tiradentes busca um candidato que não seja refratário à maior parte das pautas defendidas pelo Executivo.
Para pessoas do entorno do governo mineiro, assim como Andrade, Bechir é um nome que mantém boa relação com a administração estadual.
Segundo o parlamentar do Patriota, a ideia de sua candidatura surgiu a partir de apelos vindos de outros deputados. "Meu nome foi bem-visto pelo próprio governo, que viu em mim uma pessoa que poderia pautar as coisas sem ser um entrave para a tramitação - temos 28 projetos (do Executivo) parados, além de centenas (de projetos) dos deputados. Gosto muito de usar a frase que diz que soberano não é o presidente da Assembleia, mas o plenário", afirmou.
Do outro lado da disputa, Tadeu Martins Leite (MDB) também busca adesões para ser presidente. O governo Zema contava com os votos dos nove deputados do PL, mas, na semana passada, oito parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciaram apoio a Tadeuzinho - como o emedebista é chamado pelos colegas.
A ideia de ter um político do PSD no comando de uma chapa com certo alinhamento ao Palácio Tiradentes, portanto, serviria para aplacar o impacto da perda dos votos do PL. Na Assembleia, os pessedistas também têm nove dos 77 assentos.
A eventual candidatura de um deputado do PSD tem o aval do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ex-senador, ele é o líder do diretório do partido no estado. Silveira, inclusive, participou de conversas dos deputados do partido sobre a possibilidade de lançar uma chapa.
Selada na semana passada, a costura que levou a imensa maioria do PL ao bloco de Tadeuzinho desagradou o governo. Sob anonimato, um interlocutor ligado a Zema falou, inclusive, em "traição". O PL, porém, tem defendido Tadeuzinho sob a justificativa de independência dos Poderes. A posição vai ao encontro do que parlamentares de outros partidos externam.
Embora Andrade seja benquisto pelos colegas, há certo receio de efeitos negativos gerados pela proximidade entre Andrade e Igor Eto.
Para definir o endosso a Tadeuzinho, o PL chegou a fazer duas reuniões na quinta-feira passada (19). Mesmo com a simpatia ao emedebista, visto como um nome ligado a Agostinho Patrus, os liberais acertaram que vão compor a base aliada a Zema.
O apoio ao governo estadual, definido de forma alheia aos rumos da eleição da Assembleia, ganhou força após apelo feito por Valdemar da Costa Neto, presidente nacional dos liberais.
Admirador de Zema, Valdemar se empolgou com o apoio dado pelo governador mineiro à campanha de Bolsonaro no segundo turno da eleição passada e pediu aos correligionários locais que votem favoravelmente a pautas importantes para o governo.
Rede Sustentabilidade e Psol, que vão estar na coalizão de oposição a Zema, devem seguir os outros partidos à esquerda.
"Não tenho o projeto pessoal de ser presidente da Assembleia, pois meu projeto faz parte de algo muito maior, que se chama Minas Gerais. Se, para essas coisas acontecerem, o presidente da Assembleia tiver que ser outro, estamos prontos para apoiar quem for ser o outro candidato, com a maior tranquilidade", afirmou Andrade, em entrevista ao EM. "Esse nome vai ser construído com o nosso grupo e com o próprio PSD", completou.
Desde o fim de semana, parte dos pessedistas trabalha com a hipótese de liderar uma chapa. As conversas sobre a eventual desistência de Andrade, o que poderia acarretar em uma união do grupo governista em torno de Bechir, podem ter um desfecho entre hoje e esta terça-feira (24). A eleição deve ocorrer na quarta-feira (1°/2), data da posse dos componentes da nova legislatura.
Andrade é o nome preferido do secretário de Estado de Governo, Igor Eto, um dos responsáveis por tocar as articulações entre Executivo e Legislativo. Depois dos constantes embates de Zema com o atual presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), o Palácio Tiradentes busca um candidato que não seja refratário à maior parte das pautas defendidas pelo Executivo.
Para pessoas do entorno do governo mineiro, assim como Andrade, Bechir é um nome que mantém boa relação com a administração estadual.
Segundo o parlamentar do Patriota, a ideia de sua candidatura surgiu a partir de apelos vindos de outros deputados. "Meu nome foi bem-visto pelo próprio governo, que viu em mim uma pessoa que poderia pautar as coisas sem ser um entrave para a tramitação - temos 28 projetos (do Executivo) parados, além de centenas (de projetos) dos deputados. Gosto muito de usar a frase que diz que soberano não é o presidente da Assembleia, mas o plenário", afirmou.
Do outro lado da disputa, Tadeu Martins Leite (MDB) também busca adesões para ser presidente. O governo Zema contava com os votos dos nove deputados do PL, mas, na semana passada, oito parlamentares do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciaram apoio a Tadeuzinho - como o emedebista é chamado pelos colegas.
A ideia de ter um político do PSD no comando de uma chapa com certo alinhamento ao Palácio Tiradentes, portanto, serviria para aplacar o impacto da perda dos votos do PL. Na Assembleia, os pessedistas também têm nove dos 77 assentos.
A eventual candidatura de um deputado do PSD tem o aval do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ex-senador, ele é o líder do diretório do partido no estado. Silveira, inclusive, participou de conversas dos deputados do partido sobre a possibilidade de lançar uma chapa.
Governo se frustra com decisão do PL, que alega 'independência'
Selada na semana passada, a costura que levou a imensa maioria do PL ao bloco de Tadeuzinho desagradou o governo. Sob anonimato, um interlocutor ligado a Zema falou, inclusive, em "traição". O PL, porém, tem defendido Tadeuzinho sob a justificativa de independência dos Poderes. A posição vai ao encontro do que parlamentares de outros partidos externam.
Embora Andrade seja benquisto pelos colegas, há certo receio de efeitos negativos gerados pela proximidade entre Andrade e Igor Eto.
Para definir o endosso a Tadeuzinho, o PL chegou a fazer duas reuniões na quinta-feira passada (19). Mesmo com a simpatia ao emedebista, visto como um nome ligado a Agostinho Patrus, os liberais acertaram que vão compor a base aliada a Zema.
O apoio ao governo estadual, definido de forma alheia aos rumos da eleição da Assembleia, ganhou força após apelo feito por Valdemar da Costa Neto, presidente nacional dos liberais.
Admirador de Zema, Valdemar se empolgou com o apoio dado pelo governador mineiro à campanha de Bolsonaro no segundo turno da eleição passada e pediu aos correligionários locais que votem favoravelmente a pautas importantes para o governo.
Tadeuzinho deve ter votos à esquerda
O apoio de oito deputados do PL, aliás, deve dar a Tadeuzinho a chance de contar com duas das maiores bancadas da Assembleia. Isso porque o PT, dono de 12 deputados, também deve dar a maioria de seus votos ao emedebista. O apoio petista deve levar, a reboque, PV e PCdoB, com quem o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Rede Sustentabilidade e Psol, que vão estar na coalizão de oposição a Zema, devem seguir os outros partidos à esquerda.