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Estado de Minas CÚPULA DA CELAC

Lula sobre alianças na América do Sul: 'Brasil está de volta'

Presidente Lula citou ainda as múltiplas crises mundiais e pediu o apoio da Celac para a candidatura de Belém do Pará para sediar a COP-30, em 2025


24/01/2023 13:26 - atualizado 24/01/2023 16:18

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta terça-feira (24/1) da 7ª cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, na Argentina. O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia suspendido a participação do Brasil no organismo internacional, decisão criticada hoje por Lula.


Durante discurso, o chefe do Executivo também destacou a sua satisfação com o retorno do Brasil à comunidade.

“No meu primeiro pronunciamento após o resultado das eleições, afirmei que o Brasil estava de volta ao mundo. Nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela Celac. Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização, nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, afirmou.
 
“É com muita alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade”, continuou.


Respostas coletivas

Lula citou ainda as múltiplas crises mundiais, como pandemia, mudança do clima, pressões sobre a segurança alimentar e energética, ameaças à democracia representativa como forma de organização política e social, além de ressaltar o aumento das desigualdades, da pobreza e da fome.

Lula, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, unem as mãos. Os três participaram de um evento cultural em Buenos Aires nesta segunda-feira (23/01).
Lula ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia Evo Morales (foto: ESTEBAN COLLAZO / Argentinian Presidency / AFP)
E destacou que a responsabilidade para mitigar as questões cabe a todos os países. “A maior parte desses desafios, como sabemos, é de natureza global, e exige respostas coletivas. Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares. Ao contrário, queremos ser parte das soluções para os desafios que são de todos.”

COP no Brasil

Na seara do meio ambiente, o petista citou participação na COP27, ocorrida no Egito, e reiterou que em breve convocará a Cúpula dos Países Amazônicos.



“Na COP27, no Egito, anunciei que o Brasil convocará, em breve, uma Cúpula dos Países Amazônicos. A cooperação que vem de fora da nossa região é muito bem-vinda, mas são os países que fazem parte desses biomas que devem liderar, de maneira soberana, as iniciativas para cuidar da Amazônia. Por isso, é crítico que valorizemos a nossa Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, a OTCA.”

Ele citou apoio da Celac para a candidatura de Belém do Pará para sediar a COP30, em 2025. “O Brasil apresentou recentemente a candidatura de Belém do Pará para sediar a COP30, em 2025. O apoio que estamos recebendo dos países da Celac é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima.”

“Há uma clara contribuição a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade”, completou.

Lula destacou ainda “o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra-regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a Asian e, muito especialmente, a União Africana”.

Por fim, Lula reforçou a importância da Celac. “O Brasil volta a olhar para seu futuro com a certeza de que estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul, na Unasul e na Celac”.

“A Celac atuou prontamente durante a pandemia da covid-19, inclusive com a constituição de um plano de fortalecimento das capacidades de produção de vacinas e medicamentos. E não se omitiu em face dos desafios da segurança alimentar, da segurança energética e da mudança do clima”, concluiu.  


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