Jornal Estado de Minas

8 DE JANEIRO

PF faz buscas em casa de homem que destruiu relógio de Dom João VI

Em curso com as investigações para identificação das pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, a Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta terça-feira (24/1), em Catalão, Goiás, mandado de busca e apreensão na residência do homem filmado destruindo o relógio de Dom João VI.





Antônio Cláudio Alves Ferreira, 30 anos, foi filmado derrubando e destruindo o relógio, no Palácio do Planalto. Ele foi preso em Uberlândia, Minas Gerais, nesta segunda-feira (23/1).

Após a identificação do homem nos atos terroristas, o Ministério da Justiça passou a considerar Antônio como foragido. Na residência de Ferreira, reportagem da TV Globo mostrou a fachada da casa alugada abandonada com uma bandeira do Brasil e um adesivo com a foto, nome e o número de campanha de Bolsonaro colado no portão de entrada de veículo.



Um pintor, que mora em um imóvel construído nos fundos do mesmo terreno, teve acesso ao interior da residência e disse que o suspeito deixou para trás uma Bíblia, uma faca, um boné com o nome do ex-presidente, roupas e uma panela cheia de arroz. Em cima do sofá havia ainda um caderno com anotações escritas à mão ao lado do nome “BOLSONARO”, em letras garrafais. Uma delas é o endereço de um site com informações falsas sobre as urnas eletrônicas. 

O artefato histórico foi trazido pelo monarca ao Brasil, em 1808, e é uma das duas peças do relojoeiro francês Balthazar Martinot existentes. A outra está exposta no Palácio de Versalhes, na França, no quarto de Maria Antonieta, e tem metade do tamanho do relógio destruído.

O relógio pode ter sido um presente do rei da França Luís XIV ou uma compra da corte portuguesa. "Quando Dom João VI veio para o Brasil, trouxe o relógio para ornar o palácio e ficou ali nos palácios do Rio, no Palácio Laranjeiras, possivelmente, e quando JK veio, o relógio veio também", contou ao Correio o curador dos acervos do Palácio do Planalto e do Palácio do Alvorada, Rogério Carvalho. Segundo Carvalho, o trabalho que precisa ser realizado para restaurar o relógio é muito especializado.