Jornal Estado de Minas

URUGUAI

Lula com Lacalle, no Uruguai: 'Minha relação não tem viés ideológico'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (25/1), que sua relação com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, “não tem viés ideológico". O político é considerado de centro-direita.





Durante a fala, Lula agradeceu a presença de Lacalle em sua posse e relembrou as relações diplomáticas entre Brasil e Uruguai durante seus governos anteriores.


“Obrigado  por ter ido à minha posse no dia 1° de janeiro e por ter levado outros dois ex-presidentes do Uruguai. Tenho orgulho de ter sido um presidente que manteve relações extraordinárias com o Uruguai, do ponto de vista social e político”, disse Lula.


Lula disse que, desde que assumiu em 2003, decidiu que o Brasil, por ser o mais país da América Latina, deveria ter “uma política generosa”. “Fazia parte da nossa missão contribuir para que todos os países crescessem juntos. O Brasil não pode crescer sozinho.”

“A minha relação como chefe de Estado não tem viés ideológico. Os presidentes não precisam pensar como eu, nem gostar de mim do ponto de vista pessoal. A relação entre chefes de Estado tem que ter respeito à soberania de cada país e o interesse de fazer o bem para o povo”, seguiu Lula.





Diplomacia 

Lula chegou a Montevidéu hoje para discutir a flexibilização do Mercosul. 

Presidente  visitou  Luis Lacalle Pou, mas também buscando dar apoio à esquerda local, vai se encontrar  com seu amigo José Mujica.

O Mercosul vive uma profunda crise em meio à decisão do Uruguai de negociar um Tratado de Livre-Comércio (TLC) com a China e solicitar a entrada no Acordo Transpacífico sem o consentimento de seus parceiros Brasil, Argentina e Paraguai, que alertaram que o bloco pode rachar.
 
Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) se aproximou da postura uruguaia, que defende a abertura do bloco fundado em 1991 para explorar acordos comerciais bilaterais com países de fora da zona, Lula concorda com as fortes objeções de Buenos Aires e Assunção.

Os três países argumentam que o tratado fundador do bloco estabelece que qualquer TLC com nações fora do Mercosul requer a aprovação de todos os membros do grupo e que a violação dessa regra põe em risco o futuro do processo.