Durante a fala, Lula agradeceu a presença de Lacalle em sua posse e relembrou as relações diplomáticas entre Brasil e Uruguai durante seus governos anteriores.
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Lula disse que, desde que assumiu em 2003, decidiu que o Brasil, por ser o mais país da América Latina, deveria ter “uma política generosa”. “Fazia parte da nossa missão contribuir para que todos os países crescessem juntos. O Brasil não pode crescer sozinho.”
“A minha relação como chefe de Estado não tem viés ideológico. Os presidentes não precisam pensar como eu, nem gostar de mim do ponto de vista pessoal. A relação entre chefes de Estado tem que ter respeito à soberania de cada país e o interesse de fazer o bem para o povo”, seguiu Lula.
Diplomacia
Lula chegou a Montevidéu hoje para discutir a flexibilização do Mercosul.
Presidente visitou Luis Lacalle Pou, mas também buscando dar apoio à esquerda local, vai se encontrar com seu amigo José Mujica.
O Mercosul vive uma profunda crise em meio à decisão do Uruguai de negociar um Tratado de Livre-Comércio (TLC) com a China e solicitar a entrada no Acordo Transpacífico sem o consentimento de seus parceiros Brasil, Argentina e Paraguai, que alertaram que o bloco pode rachar.
Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) se aproximou da postura uruguaia, que defende a abertura do bloco fundado em 1991 para explorar acordos comerciais bilaterais com países de fora da zona, Lula concorda com as fortes objeções de Buenos Aires e Assunção.
Os três países argumentam que o tratado fundador do bloco estabelece que qualquer TLC com nações fora do Mercosul requer a aprovação de todos os membros do grupo e que a violação dessa regra põe em risco o futuro do processo.