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Estado de Minas REIVINDICAÇÕES

BRs 381, 262 e Anel Rodoviário: os pedidos de Zema a Lula na sexta (27/1)

Equipe ligada ao setor de Infraestrutura e Mobilidade do governo mineiro trabalha em lista de obras federais consideradas essenciais para o estado


25/01/2023 16:46 - atualizado 25/01/2023 17:18
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O governador Romeu Zema e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Zema (esq.) e Lula (dir.) vão se encontrar na sexta-feira (27), em Brasília (foto: Montagem sobre fotos de Jair Amaral e Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A equipe do governador mineiro Romeu Zema (Novo) prepara os pedidos que ele vai levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião marcada para a próxima sexta-feira (27/1), em Brasília (DF). Durante o encontro, Zema pedirá a Lula esforços do governo federal para a conclusão dos processos de concessão, à iniciativa privada, das BRs 262 e 381, que causam problemas a motoristas que saem do estado que dirigem rumo a localidades como Espírito Santo (ES) e São Paulo (SP).

A assinatura do contrato de venda do metrô de Belo Horizonte e o alargamento dos viadutos do Anel Rodoviário também devem compor a lista de reivindicações.

Os pedidos foram revelados ao Estado de Minas nesta quarta-feira (25/1) pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato. Ao lado da equipe técnica da pasta, ele prepara um material com as principais obras viárias desejadas pela administração estadual.

Lula vai se encontrar com Zema e os outros 26 governadores, chamados ao Palácio do Planalto para que possam apresentar as intervenções prioritárias para cada unidade federativa. Como mostrou ontem a reportagem, o político do Novo já confirmou presença na conferência.

A BR-262, citada por Marcato, foi "fatiada" pelo governo federal. A ideia do Palácio Tiradentes é que a gestão de Lula contemple, em um edital, o trecho que liga BH ao Espírito Santo. Por isso, também há interesse do governador capixaba Renato Casagrande (PSB) no desfecho do caso.

"A gente acha que tem de ser um modelo de concessão. Só que os estudos indicam que você precisa de aporte público, porque a tarifa (de pedágio) não vai dar conta. Seria uma parceria público-privada, em que você teria a tarifa casada a aporte público federal", disse Marcato, ao explicar os planos de Minas Gerais para a rodovia federal.

Ele, inclusive, crê que há fontes de recursos para custear a participação governamental nas obras de duplicação e melhoria da pista. "Uma das ideias, e isso foi aventado no ano passado, é que os recursos da repactuação de Mariana que iriam para o governo federal, fossem destinados para a BR-262. É uma demanda tanto do governador Zema quanto do governador Casagrande", completou.

A outra porção da BR liga Betim, na Grande BH, ao Triângulo. Esse pedaço já está modelado para concorrência e, no fim do ano passado, foi tema de uma audiência pública conduzida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O edital do trecho também vai ser discutido com Lula.

Paralelamente, o governo mineiro espera a concessão da BR-381, entre BH e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Na semana passada, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), disse que a ideia de conceder a rodovia à iniciativa privada, segue de pé. Sob o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o plano inicial previa conceder, em edital único, as BRs 381 e 262. Depois, houve a separação - tática que o governo Lula pretende manter, a fim de preservar a atratividade das vias.

Neste momento, o edital da BR-381 é analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A avaliação dos termos da concessão cabe ao ministro Antonio Anastasia, ex-governador mineiro e senador pelo estado entre 2015 e o início do ano passado. "Segundo informações, ele (Anastasia) está na avaliação final para liberar a possibilidade de concessão da BR-381", assegurou Renan Filho, no dia 18.

As obras na chamada "rodovia da morte", aliás, estiveram na lista de promessas feitas por Lula durante a campanha eleitoral. "Ganhando a eleição, vai ser questão de honra acabar com a estrada da morte e criar a estrada da vida", projetou, em outubro, durante entrevista ao EM e à TV Alterosa.

Mais rodovias em pauta

A expectativa é que Zema aponte lacunas, também, em outras partes da malha viária do estado, como a BR-116, de Governador Valadares até a Bahia. A concessão da BR-251, entre Montes Claros, no Norte, e o território baiano, também vai ser pleiteada.

Na BR-367, outra estrada que liga Minas a Bahia, o governo mineiro defende a recuperação integral da pista, além da pavimentação do trecho entre Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, e Salto da Divisa, primeiro município depois da fronteira entre os dois estados.

"A BR-367 é a artéria que vai de Diamantina até a Bahia. O trecho de baixo, de Diamantina a Turmalina, é do estado. Esse trecho, a gente já recuperou. O trecho para cima é federal e está um caos", explicou Fernando Marcato.

O Anel Rodoviário, um dos itens da agenda do governo mineiro em Brasília, também foi assunto do prefeito belo-horizontino Fuad Noman (PSD), durante ida à capital federal. Ontem, ele tratou do tema com o presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Governo já enviou outras demandas

Parte dos pedidos que Zema vai encampar na sexta-feira chegaram a ser antecipados pela Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade em novembro passado, quando um documento contendo as intervenções fundamentais ao estado foi enviado ao gabinete de transição de Lula.

No documento, estavam outros pontos, como o apoio a aeroportos regionais do estado e a concessão das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A (CeasaMinas). A manutenção dos marcos legais das Ferrovias e do Saneamento também foi defendida.

Minas Gerais não é o único estado a levantar as demandas prioritárias para a conversa com Lula. Na semana passada, governadores do Nordeste se reuniram em João Pessoa (PB) para formular as reivindicações conjuntas da região.

Depois dos embates, o encontro

A visita de Zema a Lula vai acontecer menos de duas semanas após o político do Novo sugerir "vista grossa" do governo federal ante o ato golpista que tomou os prédios dos três Poderes em 8 de janeiro. A declaração incomodou ministros, a ponto de o mineiro Alexandre Silveira (PSD), das Minas e Energia, classificar a fala como "estarrecedora".

"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso", sugeriu Zema, à "Rádio Gaúcha".

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), uma das peças participantes da apuração a respeito do movimento radical, rebateu comparando o governador a Bolsonaro.

"Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia... Então não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terroristas ", devolveu.


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