O governador mineiro, Romeu Zema (Novo), disse nesta sexta-feira (27/1) que a relação dele com os integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é "a melhor possível".
Zema desembarcou em Belo Horizonte na tarde de hoje, após se reunir com Lula e outros chefes dos Executivos estaduais em Brasília (DF). Parte dos governadores almoçou com o petista na capital federal. O político do Novo afirmou ter sido convidado de "última hora" para a refeição e que, por ter assumido compromissos anteriormente, não pôde estender a viagem ao Planalto Central.
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"Optei por vir, porque tinha alguns compromissos em Belo Horizonte. Inclusive, cheguei atrasado aqui (à reinauguração da biblioteca) Mas, tenho certeza, iremos caminhar para um bom diálogo. O presidente disse que vai visitar todos os estados. Ele será muito bem-vindo quando vier visitar os mineiros", emendou o político do Novo.
BRs e acordo de Mariana em pauta
A Lula, Zema apresentou uma pauta cujo conteúdo já havia sido adiantado pelo Estado de Minas nesta semana. Ele pediu esforços do governo federal na revitalização e na concessão à iniciativa privada de BRs como a 262 e a 381.O acordo de Mariana, debatido pelos governos mineiro e capixaba em virtude do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, também entrou em pauta. Zema crê que a entrada da União nas negociações pode acelerar o desfecho do caso e a pactuação de uma indenização. O governo Lula prepara uma reunião para tratar do tema.
Zema insinuou 'vista grossa' do governo federal
A visita de Zema a Lula aconteceu menos de duas semanas após o político do Novo sugerir "vista grossa" do governo federal ante o ato golpista que tomou os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro.A declaração incomodou ministros, a ponto de o mineiro Alexandre Silveira (PSD), das Minas e Energia, classificar a fala como "estarrecedora".
"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse, e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso", sugeriu Zema em entrevista à Rádio Gaúcha.
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), uma das peças participantes da apuração a respeito do movimento radical, rebateu o governador mineiro e o comparou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, da democracia... Então não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terroristas".